Costa quer mobilização do PS em torno de Nóvoa e de Maria de Bélem
O líder socialista afirmou, numa reunião da Comissão Nacional do PS que está a decorrer em Lisboa, que os militantes têm o "dever" de se mobilizar em torno das candidaturas da área socialista, ou seja, em torno ou de Maria de Belém ou de Sampaio da Nóvoa.
Por isso lançou "um apelo muito vivo para que todos se mobilizem e participem ativamente na campanha eleitoral e, sobretudo, para que votem no próximo dia 24".
"Como sabemos, há essencialmente dois candidatos relevantes da nossa área política e o PS entendeu que, nesta primeira volta, não deveria apoiar oficialmente nem Maria de Belém nem Sampaio da Nóvoa, mas os socialistas têm feito as suas escolhas", acrescentou.
Segundo afirmou, a primeira volta das eleições presidenciais será uma espécie "de eleições primárias da esquerda portuguesa" e caso haja segunda volta - passe a esta fase Sampaio da Nóvoa ou Maria de Belém - "terá de haver concentração de votos" num deles, algo que considerou "absolutamente fundamental".
Reafirmando neste contexto que, como secretário-geral do PS, não apoiará qualquer dos dois candidatos na primeira volta, frisou em seguida ser "importantíssimo" que nesta primeira volta das presidenciais "se criem condições para que à segunda volta o candidato apoiado pelo PS possa vir a ser eleito Presidente da República".
O discurso foi marcado por fortes críticas à forma como Cavaco Silva como exerceu o seu mandato.
O líder socialista pediu a todos dos membros da Comissão Nacional do PS para que fizessem o exercício de imaginar "como teria sido importante nestes últimos quatro anos, em que os portugueses sofreram uma crise tão profunda, poderem ter contado com um Presidente da República que lhes desse animo, carinho, esperança, confiança no futuro e que lhes fosse próximo".
"Como teria sido importante nestes anos, em que houve tantas clivagens e confrontações políticas, um Presidente da República capaz de unir, de promover o diálogo político e social. Como teria sido importante que houvesse um Presidente da República que soubesse que a sua primeira missão era fazer cumprir a Constituição, porque só assim se garante o valor fundamental do Estado de Direito", afirmou, recebendo então muitas palmas da plateia.
Ainda no mesmo tom crítico, o secretário-geral do PS pegou nos casos das últimas privatização feitas pelo anterior Governo.
"Como teria sido importante ter um Presidente da República que impedisse uma maioria conjuntural de abusar da sua situação e de em plena campanha eleitoral, ou mesmo já depois de demitida, ter tomado medidas que comprometem duramente o futuro dos portugueses, tal como o anterior Governo teve a desfaçatez de fazer ao assinar um contrato de privatização da TAP", apontou.