14 outubro 2016 às 14h30

Correia de Campos foi eleito presidente do CES

O ex-ministro socialista teve apenas um voto a mais do que os dos terços necessários

João Pedro Henriques

O socialista Correia de Campos foi esta sexta-feira eleito presidente do Conselho Económico e Social (CES) com 146 votos a favor, ou seja, apenas por um voto mais do que os dois terços necessários. Correia de Campos obteve ainda 54 votos em branco e 19 nulos, num total de 219 votantes, sendo o universo total de deputados de 230.

Foram ainda eleitos os representantes do parlamento no Conselho de Opinião da RTP e na CADA - Comissão de Acesso aos Dados Administrativos.

Em 20 de julho, depois de um acordo entre o PS e o PSD, decorreu a primeira eleição para presidente do CES com o ex-ministro socialista da Saúde como candidato. A eleição falhou porque Correia de Campos não obteve os indispensáveis dois terços dos votos dos deputados participantes na reunião (no caso, 147). Votaram favoravelmente a sua candidatura apenas 105 deputados, tendo participado 221 (num universo total de 230).

Além dos 105 votos a favor, foram registados 93 votos em branco e 23 nulos. No total, o PSD e o PS somam 175 votos (89 para o PSD e 86 para o PS).

Apesar de a votação ter sido secreta, Carlos César disse na altura não ter dúvidas de que o fracasso foi culpa do PSD - garantindo que no PS não faltaram ao candidato os votos necessários já que Correia de Campos é entre os socialistas uma figura "icónica" e "consensual".

O PSD, disse ainda o líder do parlamentar, cometeu por isso uma "falha grave do ponto de vista da honra parlamentar " ao falhar no seu "compromisso" com o PS para se obterem no hemiciclo os dois terços de votos favoráveis necessários para a eleição.

Depois das férias de verão, o PS fez saber, através do DN, que iria insistir na candidatura do ex-ministro da Saúde, mas apenas depois de obter do PSD garantias de que esta vez a eleição não falharia. O acordo entre os dois partidos prevê que em 2017 o PSD escolherá a personalidade que sucederá a Faria Costa como Provedor de Justiça.