15 janeiro 2016 às 20h11

Campanha no Algarve. Nem praia, nem banhos de multidão

Edgar Silva começa a ser mais conhecido nas ruas e a revelar um sucesso especial com o eleitorado feminino

Valentina Marcelino

Com a campanha a meio, o candidato comunista ainda não conseguiu o seu primeiro "banho" de multidão. O mais significativo evento foi o comício no Porto, no Palácio de Cristal, no dia de arranque, mas ficando perto da lotação máxima (4000 pessoas). Ontem rumou ao Algarve, primeiro a Silves, depois a Vila Real de Santo António, que foram palco de arruadas. Mas nem em Silves, a única autarquia comunista da região, nem em Vila Real, Edgar Silva se viu envolvido na tal "onda" de apoio em "crescendo" que tem referido nas suas intervenções. Nem praia, nem banhos de multidão na visita a terras algarvias.

Sente-se, isso sim, que o candidato começa a ser mais conhecido nas ruas, ao contrário do que acontecia nos primeiros dias. Com um sucesso especial entre o eleitorado feminino. "Olha mas que jeitoso! Na televisão parece mais pesado. Tão airoso. Altamente", comentava com as amigas, todas na casa dos 60, Esmeralda Silva, numa das ruas de Vila Real de Santo António. Todas tinham recebido os beijinhos da praxe, com sorrisos a quase tocar as orelhas.

Em Silves, foram dezenas os sorrisos femininos a esgueirarem-se das portas, para cumprimentar o comunista. Edgar dá-lhes atenção, chega-se perto, coloca as suas mãos nos ombros delas e fala-lhes numa voz perto de sussurrante: "Não se esqueça de ir votar dia 24, faça chuva ou sol, não deixe apagar este tempo de esperança...". Para Edgar Silva são estes contactos que contam, voto a voto. As sondagens, disse, ironizando com as declarações de Marcelo Rebelo e Sousa, "não veem este "filme" de cor, alegria e mobilização".