28 junho 2018 às 14h11

Bruxelas tem um apelo: é preciso comer coelho

A campanha da União Europeia, promovida por uma associação portuguesa e uma espanhola, para incentivar o consumo de carne de coelho na península Ibérica, até 2020, arranca esta quinta-feira e conta com um financiamento de quase cinco milhões de euros

DN/Lusa
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O consumo de carne de coelho na península Ibérica "caiu 16% em pouco mais de 10 anos, tendo passado de 78.100 toneladas por ano para 65.600 toneladas", de acordo com informação disponibilizada à Lusa pela Associação Portuguesa de Cunicultura (ASPOC).

A associação afirma que "este declínio resulta exclusivamente de uma quebra constante do consumo de carne de coelho que o setor não tem conseguido contrariar" e por isso é que foi criada a campanha para promover o consumo de carne de coelho em Portugal e Espanha durante três anos.

A União Europeia atribuiu 4.819.859,08 euros ao projeto - dos quais 1.043.068,36 euros vão ser aplicados em Portugal e os restantes 3.770.903,05 euros em Espanha - e o presidente da ASPOC, Firmino Sousa, disse à agência Lusa que a União Europeia "está a apoiar pela primeira vez o consumo de uma carne", com o objetivo de reintroduzir esta carne "na dieta mediterrânica".

"Já apoiaram o [consumo] azeite, vegetais e frutas, mas é a primeira vez que apoiam uma carne, por ser branca, por ter excelentes propriedades nutricionais", vincou Firmino Sousa.

A campanha é apresentada esta quinta-feira na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e o presidente da Associação Portuguesa de Cunicultura explicou que no país vizinho já começou em 09 de maio, estando a ser feita "em conjunto com a 'Organizacion Interprofisional Cunicola' (INTERCUN)".

"Esperamos um impacto substancial em termos das preferências do consumidor", considerou o presidente da ASPOC, elencando que a iniciativa quer "colocar a carne de coelho no cabaz das famílias" e também atrair os consumidores de "uma classe mais jovem e urbana", que não conhecem "os benefícios da carne de coelho".

Firmino Sousa explicou à Lusa que não há, contudo, intenção de "substituir o consumo de outras carnes", mas sim encontrar "um espaço para uma carne de excelente qualidade".

"Sabemos de antemão que produzimos um produto de excelente qualidade e isso dá-nos este impulso muito grande de lutar pelo setor", rematou.