Inquérito ao caso dos resíduos hospitalares em aterro
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) anunciou hoje que vai "instaurar um inquérito rigoroso" para esclarecer o caso dos resíduos hospitalares encontrados no aterro sanitário de Boticas.
O conselho de administração, em comunicado enviado à agência Lusa, "não exclui que possa acontecer um erro humano numa troca eventual de um saco de resíduos".
Hoje voltaram a aparecer resíduos hospitalares no aterro de Boticas que são "comprovativamente", segundo afirmou o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, provenientes do hospital de Chaves.
O autarca explicou que um funcionário da Resinorte, entidade encarregada da gestão do aterro estava a despejar a viatura que fez o transporte do lixo do concelho de Chaves para Boticas quando, por acaso, rebentou um saco e descobriu umas luvas.
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Além das luvas, Fernando Campos frisou que o funcionário encontrou seringas, algálias e sacos de soro fisiológico com etiquetas que tinham o nome do hospital de Chaves.
Os resíduos estavam, segundo o presidente da Câmara, "dissimulados" em sacos pretos do lixo comuns.
"É grande a preocupação do conselho de administração para que o sistema funcione no maior rigor, pelo que pugnamos pelo cumprimento integral das normas", referiu ainda o comunicado.
O CHTMAD dispõe de um sistema de recolha de resíduos, "em que uma empresa externa faz o respetivo tratamento em observância rigorosa da legislação em vigor".
Além da formação específica dada a todos os profissionais, o centro hospitalar disse que dispõe de normas e regulamentos que todos profissionais devem cumprir e referiu as auditorias realizadas regularmente.
Na última auditoria, datada de 11 de junho e que foi feita após o CHTMAD ter recebido uma carta anónima, "não foi identificada nenhuma situação incorreta, estando todos os sacos nos contentores adequados, os quais se encontravam igualmente bem identificados".
A administração referiu ainda que, logo que se conclua o inquérito, dará conhecimento das conclusões à comunicação social.
A existência de resíduos hospitalares no aterro foi revelada na quarta-feira e, na altura, o Fernando Campos exigiu "logo" a abertura de um inquérito por parte do CHTMAD.
A Resinorte também já abriu um inquérito para averiguar a "exata" proveniência dos resíduos hospitalares, assim como o seu "incorreto e ilegal" encaminhamento para o aterro sanitário.
Por causa desta situação, o autarca social-democrata, exigiu "a demissão imediata" da administração do CHTMAD.
Relativamente à questão da demissão, o presidente do Conselho de Administração, Carlos Vaz, apenas afirmou que não comenta comentadores.