Há mais de 4,5 milhões de portugueses com excesso de peso

Inquérito Nacional de Saúde mostra retrato da saúde dos portugueses em 2014

O excesso de peso e obesidade estão a aumentar na população portuguesa. Mais de metade (52,8%) têm peso a mais, havendo uma subida de quase dois pontos percentuais em cerca de oito anos, data em que foi realizado o último inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE). Ao todo, há 4,5 milhões de portugueses com peso em excesso, dos quais 1,4 milhões são já obesos.

As contas são feitas a partir dos 18 anos, mas o aumento da obesidade é mais nítido entre os 45 e os 74 anos. Há um aumento de pessoas obesas, 16,5% do total, neste caso com um índice de massa corporal (relação entre o peso e a altura) acima de 30, se bem que as mulheres têm uma percentagem de obesidade superior à dos homens, de 17,5% contra 15,1%. Há ainda um ligeiro decréscimo no número de pessoas com baixo peso, que passou de 2,2% para 1,8%. Como aconteceu no último inquérito, havia mais mulheres com um IMC baixo de 18,5, neste caso, 2,5%.

Número de fumadores baixa ligeiramente

O INE refere uma estabilização do número de fumadores em Portugal, embora tenha baixado quase 1%, de 20,9% para 20%. Verificou-se uma queda do número de fumadores diários, de 18,7% para 16,8%, registando-se um aumento dos que fumam ocasionalmente. Entre géneros, continua a registar-se uma grande diferença entre os homens e as mulheres.

No álcool, os consumos continuam a revelar-se preocupantes. Um terços dos portugueses consomem mesmo diariamente. Os hábitos de consumo à refeição verificam-se sobretudo em pessoas mais velhas. o que justifica nas grandes diferenças entre faixas etárias. Acima dos 65 anos, mais de metade da população consome todos os dias.

Dois terços foram ao médico de família no último ano

De acordo com o INE, cerca de dois terços dos portugueses com mais de 15 anos consultaram um médico de família, embora a percentagem tenda aumentar com a idade. Acima dos 75 anos 86,6% dos inquiridos responderam ter feito uma consulta com o seu médico.

Portugal apresentou-se entre os piores países em termos de acesso a dentista no último relatório da OCDE, mas o INE refere que quase metade (48,7%) da população com mais de 15 anos tinha ido a uma consulta nos últimos 12 meses. No entanto, é entre os idosos que há menos consultas com o dentista. O número vai baixando até aos 75 anos ou mais, faixa em que a cobertura é de apenas 21,7%.

Já os consumos de risco - em que se bebe mais do que seis bebidas numa única ocasião - abundam mas camadas mais jovens. Quase metade da população entre os 15 e os 34 anos, revelou ter consumido abusivamente em pelo menos uma ocasião no último ano.

1/3 tem dores lombares

Um terço dos portugueses têm dores lombares, destacando-se o facto de as mulheres serem as mais afetadas por estes problemas (quase 40%). Este problema é o que afeta a maior fatia da população, no que respeita a doenças crónicas, mas há ainda mais de dois milhões com hipertensão arterial ou a referir ter dores cervicais e de pescoço ou artroses.

As alergias continuam a afetar quase um em cada cinco pessoas a depressão mais do que uma em cada dez. No entanto, de acordo com uma escala de depressão com base em questionário, 25,4% apresentavam sintomas depressivos, embora só 13% fossem fortes ou moderados.

O Instituto Nacional de Estatística, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), efetuou, em 2014, o Inquérito Nacional de Saúde (INS 2014) em todo o território nacional.

O objetivo principal é caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

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