O Exército anunciou hoje a detenção de uma pessoa e confirmou a apreensão de material indevidamente levado do Campo Militar de Santa Margarida. No entanto, garantiu que se trata de sucata.
Após as autoridades terem encontrado em Alcochete o material de guerra roubado dos paióis de Tancos, o Observador avançou ontem que um mês antes, também naquela vila ribatejana, a GNR havia apreendido material furtado do campo de Santa Margarida, nomeadamente cinco toneladas de peças de um M47. O Exército esclarece que esse carro de combate foi desmilitarizado e que as suas "carcaças" são utilizadas para exercícios. Diz ainda que esses treinos são efetuados na zona não vedada do campo e que os sucateiros aproveitam para recolher pedaços de metal soltos resultantes do impacto dos projéteis.
De acordo com um comunicado, sempre que é detetada a presença de elementos civis não autorizados no campo de santa Margarida, o Exército contacta a GNR, apresenta queixa e colabora na investigação. "No caso agora referenciado, conduziram a GNR à apreensão da sucata indevidamente recolhida e à detenção do presumível autor do ilícito", informa.
O material retirado corresponde, segundo o Observador, a cinco toneladas de peças de carro de combate M47. O Exército explica que esse modelo foi "utilizado pelo Exército Português desde o início dos anos 50 até ao início dos anos 80, data a partir da qual foi desmilitarizado" Atualmente, é usado o Leopard 2A6, que substituiu o M60, sucessor do M48, que, por sua vez, substituiu o M47.
As "carcaças" de grandes dimensões, de viaturas e carros de combate, são utilizadas em exercícios de tiro real de munições de grande calibre, os quais se realizam na zona não vedada do campo -que tem no total 67 quilómetros quadrados -, sendo ativado "um sistema de segurança física alargada, assegurando que não existe ninguém na área onde decorre o exercício". A zona vedada do campo de santa Margarida tem três quilómetros quadrados, esclarece o Exército.
"A situação referida é aproveitada pelos sucateiros que, normalmente à noite, entram nas áreas dos alvos do exercício com o propósito de recolher pedaços de metal soltos resultantes do impacto dos projéteis", diz o Exército.