Ferreira Leite: há menos liberdade e justiça no país

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, sustentou hoje que a sociedade portuguesa vive "um constante diluir dos contornos democráticos", em que cada dia há "um pouco menos de liberdade" e "um pouco menos de justiça".

No discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, num hotel de Espinho, Manuela Ferreira Leite defendeu que o progresso económico do país depende do "reforço do papel da sociedade civil" e da melhoria da "qualidade da democracia".

"De nada serve o anúncio de grandes medidas ou o modelo que se queira seguir de casos de sucesso se os fundamentos da democracia estão corroídos, se as pessoas não confiam nos seus dirigentes, se a concorrência for ignorada, se a honestidade não for garantia de todos os negócios em que intervenha o Estado", disse.

De acordo com a deputada e presidente do PSD, impõe-se recuperar a confiança dos portugueses nas instituições: "O descrédito e a desconfiança dos cidadãos tornam urgente que se alargue o sentido da democracia, transformando-a numa responsabilidade permanente perante as populações e não apenas numa episódica consulta nas datas eleitorais"

"Não podemos assistir a este constante diluir dos contornos democráticos, não podemos aceitar que cada dia se tenha um pouco menos: um pouco menos de liberdade, um pouco menos de confiança, um pouco menos de imparcialidade, um pouco menos de justiça. Não podemos aceitar esta degradação sistemática da nossa vida colectiva", declarou.

Quanto à justiça, Ferreira Leite perguntou "de que serve afirmar que o sistema de justiça é um dos pilares da democracia se, na prática, todos contribuem, pela sua actuação, para o clima de desconfiança instalado".

Quanto à política económica, a presidente do PSD questionou "de que servem investimentos públicos que, na prática, beneficiam grandes grupos económicos e não os portugueses em geral" e "um sector empresarial público, se na prática, as empresas são utilizadas como instrumentos de políticas do Governo que não nada têm a ver com o objectivo dessas empresas".

A ex-ministra das Finanças disse ainda que "não é protegendo os amigos e perseguindo os inimigos políticos que se fomenta a iniciativa e se cria na sociedade portuguesa um sentido de participação responsável e de energia criadora" e que cabe ao poder político mobilizar a "força colectiva, mas anónima" da sociedade civil.

"Foi neste sentido que o PSD colocou no centro do seu programa de acção a orientação para o reforço do papel da sociedade civil, quer criando espaço através da redução do papel do Estado, quer abrindo oportunidades e apoios para essa intervenção", concluiu, prometendo uma acção política "com coragem, sem complexos nem qualquer espécie de hesitações" por parte do seu partido no Parlamento.

IEL.

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