Fenprof espera hoje 30 mil professores nas ruas
A Fenprof espera hoje cerca de 30 mil professores nas ruas de Lisboa a contestar os "atentados quotidianos" do Governo à política de educação, na manifestação marcada para as 15:00, com início no Marquês de Pombal.
"A manifestação dos professores que vai ter lugar neste sábado é um grande protesto em defesa da escola pública, da profissão de professor e da qualidade do ensino", resumiu Mário Nogueira, em declarações à Lusa, acrescentando que estes são os três pontos que são alvo dos "atentados" do Governo à política de educação.
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O sindicalista apontou a precariedade e os mais recentes relatórios do FMI, que apontam para "cortes na ordem dos mil milhões de euros no setor da educação", como motivos para a indignação docente.
Mário Nogueira espera que hoje os professores deem "um sinal de grande indignação, de grande contestação" e que afirmem nas ruas que "o caminho tem que ser outro", exigindo a demissão do Governo.
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"Não estamos apenas perante a tentativa de resolver um problema financeiro do país, e um problema financeiro na educação, que já está a bater nos mínimos no que respeita a verbas investidas. O que estamos a viver é um caminho que é uma opção ideológica, que é intencional e que pretende demolir a escola pública", acusou o secretário-geral da Fenprof.
Mário Nogueira avançou que já estão alugados mais de 150 autocarros para rumar a Lisboa, trazendo professores para a manifestação, e que espera ver nas ruas de Lisboa cerca de 30 mil docentes.
O ponto de encontro está marcado para o Marquês de Pombal, pelas 15:00, estando marcado para as 15:15 o início do desfile, que vai descer a Avenida da Liberdade em direção ao Rossio, onde vão decorrer as intervenções do secretário-geral da CGTP-IN, de um representante de um sindicato de professores da Argentina, e de Mário Nogueira, pelas 16:30.
A Associação Nacional de Professores Contratados (ANPC) lançou esta semana um apelo a todos os docentes para a participação na manifestação.
Em carta aberta, César Israel Paulo, da direção da ANPC, afirma que o "ataque desenfreado" dirigido contra a escola pública exige a presença de todos.
A manifestação surge dias depois de o Governo ter publicado em Diário da República o concurso para vinculação extraordinária de 600 professores - criticado por sindicatos e associações de professores - e depois de as duas principais federações sindicais do setor da Educação - Fenprof e FNE - terem entregado em tribunal ações judiciais contra a precariedade docente, e de o Governo ter anunciado a criação de mais de 60 novos mega-agrupamentos escolares.