"Estamos a viver um absurdo democrático"
Marco António Costa, vice-presidente do PSD, faz um ataque à esquerda dizendo que "quer tomar o poder à força"
Marco António Costa, vice-presidente do PSD, disse em entrevista ao programa Terça à Noite, da Rádio Renascença, que o país "está a viver um absurdo democrático, em que quem perdeu as eleições quer tomar o poder à força com os acordos mais improváveis".
Num claro ataque ao Partido Socialista, que negoceia com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista uma alternativa de governo, o dirigente social-democrata fala de "um golpe pelas costas muito forte e ataque que fere o espaço democrático português".
"É extraordinário terem sido anunciadas moções de rejeição sem se conhecer o programa de governo", lamentou, deixando desde logo um aviso aos socialistas: "No dia em que o PS firmar um acordo desta natureza para fazer um golpe na nossa democracia, terá de viver depois com essa opção. Não pode querer derrubar um governo legitimamente eleito pelos portugueses e depois, no que vier a ser importante para se manter no poder, pensar que pode contar com o PSD e do CDS."
Em suma, Marco António Costa avisa que "o PS terá de viver com os acordos que fará à esquerda". "Ninguém espere que sirvamos de muleta de governos ilegítimos com programas inconsequentes e impossíveis de realizar", acrescentou.
Apesar da possibilidade de o país poder ser governado pelo PS com o apoio dos comunistas e do Bloco, o vice-presidente do PSD ainda acredita que "o bom senso imperará", lembrando que noutras circunstâncias, quando o Partido Socialista não teve maioria no parlamento, teve "em variadíssimas ocasiões" o apoio social democrata, porque "estava em causa o superior interesse do país", bem como a sua "credibilização" junto das instituições internacionais.
Nesse sentido, ainda deixa no ar a possibilidade de um entendimento com o PS para que o governo da coligação possa ser uma realidade. "Conjunturalmente há uma estratégia da atual direção do PS que pode vir a ter de mudar no futuro, até porque parece não ser fácil chegar a um acordo entre os três partidos à esquerda", concluiu.