Despiste negativo. Militares portugueses sem tuberculose
Único caso confirmado de tuberculose pulmonar é o da militar angolana que estava a bordo do navio hidrográfico D. Carlos I
Deram negativo os testes de despiste da tuberculose feitos aos militares da guarnição do navio hidrográfico D. Carlos I, informou a Marinha.
Num esclarecimento enviado ontem ao fim da tarde aos media, aquele ramo militar das Forças Armadas precisou que "o único caso até agora confirmado com tuberculose pulmonar bacilífera foi o de uma guarda-marinha" angolana, transferida segunda-feira do navio para o Hospital das Forças Armadas (HFAR).
Face ao diagnóstico, a militar angolana foi enviada terça-feira para o hospital Curry Cabral, "onde se encontra em isolamento respiratório no serviço de infecciologia, em estado estável".
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O navio hidrográfico está atracado na base naval do Alfeite, onde decorreram as ações de despiste e profilaxia junto das três dezenas de elementos da guarnição potencialmente afetados.
Segundo uma das fontes, a infeção da militar angolana estava na fase ativa, pelo que o risco de contágio - por via aérea - era elevado.
De acordo com o porta-voz da Marinha, Paulo Vicente, o navio da Marinha com os 32 militares a bordo encontra-se no Alfeite desde a noite de terça-feira, estando os elementos da guarnição a ser observados "por segurança e precaução" por uma equipa médica do HFAR que se deslocou ao local.
Os militares "fizeram o rastreio" ainda na terça-feira "e ficaram sob observação durante a noite. Trata-se apenas de uma suspeita, mas é preciso confirmar se estão infetados ou não", frisou o responsável da Marinha, citado pela Lusa.
Segundo o porta-voz da Marinha, outros dois militares foram levados terça-feira para o HFAR com sintomas idênticos, mas não chegaram a ficar internados porque os testes deram negativos quanto "à possibilidade de terem tuberculose ativa", esclareceu o ramo naval das Forças Armadas.
Note-se que o navio hidrográfico iria participar no exercício da NATO Trident Juncture 2015, cuja componente naval está a decorrer ao largo de Troia, pelo que foi substituído por outro navio.
Fundação do Pulmão aconselha
A tuberculose pulmonar é uma das duas formas, juntamente com a laríngea, que são contagiosas devido à forma como se transmite: através da fala, do riso ou espirros, por exemplo.
Segundo as informações disponibilizadas pela Fundação Portuguesa do Pulmão, no seu site na internet, "o rastreio permite também diagnosticar os casos de tuberculose (infeção) latente e tratá-los".
Esta infeção vai-se "instalando sem que o doente se aperceba ou valorize os sintomas" da doença, a qual "vai surgindo ao longo de dias, semanas ou mesmo meses", explica aquela instituição, adiantando: "São queixas frequentes o cansaço, falta de apetite, emagrecimento, sudorese noturna e febrícula (37,5ºC) de predomínio ao fim do dia. As restantes queixas estão relacionadas com o órgão que está envolvido. No caso da tuberculose pulmonar (a mais frequente) associa-se tosse que pode inicialmente ser seca ou com expetoração podendo ou não conter sangue."
Quanto ao tratamento, a sua duração mínima é de "seis meses, embora a duração total varie em função do órgão envolvido, evolução ou gravidade da doença, podendo ser superior a um ano". A Fundação adianta que "o tratamento correto e eficaz leva a uma cura em mais de 95% dos casos", sendo "fundamental o rigoroso cumprimento da medicação pelo tempo total estipulado". Com Lusa