CONFAP: Governo "arranjou uma trapalhada desnecessária" para autarquias e famílias
O Governo "arranjou uma trapalhada desnecessária" para as autarquias e para algumas famílias com o fim da tolerância de ponto no carnaval, disse hoje à Lusa o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).
"O Governo arranjou uma trapalhada para as autarquias que era desnecessária e arranjou, seguramente, uma trapalhada para algumas famílias", afirmou Albino Almeida.
O presidente da CONFAP explicou que o facto de as autarquias darem tolerância de ponto terá como consequência o encerramento dos jardins de infância e das escolas de 1.º ciclo na terça-feira de carnaval.
"O que vai acontecer é que os pais que nesse dia tiverem que trabalhar vão encontrar as escolas do 1.º ciclo das autarquias que decretarem tolerância de ponto encerradas e, portanto, temos aqui uma trapalhada desnecessária", disse.
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Albino Almeida afirmou que a situação será mais complicada para os pais que sejam funcionários públicos do Estado, que não terão tolerância de ponto, e nas autarquias que também tenham a tutela dos 2.º e 3.º ciclos e que deem tolerância de ponto.
O presidente da CONFAP defende que o fim da tolerância de ponto no dia de carnaval deveria acontecer em 2013, à semelhança do que acontecerá com a supressão dos quatro feriados nacionais.
"Não percebo a precipitação e o atabalhoamento em relação à terça-feira de Carnaval", afirmou Albino Almeida, recordando que, "já há 19 anos, o país ficou com má memória de um atabalhoamento igual".
"É pena que não se aprenda com os erros", concluiu.
O primeiro-ministro anunciou, na sexta-feira à noite, que o Governo não dará tolerância de ponto aos funcionários públicos no carnaval, argumentando que "ninguém perceberia" que tal acontecesse numa altura em que o Executivo se propõe acabar com feriados.
Em 1993, o então primeiro-ministro Cavaco Silva decretou que a terça-feira de carnaval nesse ano não daria direito a tolerância de ponto, o que sucedeu pela primeira vez em 23 anos. Nesse dia, os deputados do PSD compareceram em massa à Assembleia da República mas foram os únicos a aparecer.