Coligação disponível para negociações mas não "para encenações"
O vice-primeiro-ministro indicou também que a coligação ainda não obteve resposta por parte do PS à carta enviada no domingo
O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje que a coligação Portugal à Frente (PaF) está disponível para negociações mas não para encenações, acrescentando ainda não ter recebido resposta à carta enviada ao PS.
"A nossa posição desde o primeiro dia foi sempre a de ter abertura total e sem reservas quanto à busca e ao empenhamento político, autêntico e intenso em encontrar compromissos e nós também fomos esclarecendo que para negociações temos disponibilidade total, para encenações não somos o parceiro ideal", afirmou Paulo Portas aos jornalistas no final de uma reunião com a Confederação do Turismo Português.
Fomos esclarecendo que para negociações temos disponibilidade total, para encenações não somos o parceiro ideal
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O vice-primeiro-ministro indicou também que a coligação ainda não obteve resposta por parte do Partido Socialista à carta enviada no domingo, onde PSD e CDS-PP convidaram António Costa para uma solução governativa.
Paulo Portas vincou que "desde o primeiro dia a coligação teve disponibilidade, sem reservas, teve abertura sem estar a pôr condições prévias para chegar a um compromisso com o Partido Socialista", acrescentando que "se houver muita imprevisibilidade, se houver muita confusão, se houver equívocos quanto às opções fundamentais de Portugal isso não é bom para a economia".
"Nós fizemos, através do chamado documento facilitador, uma proposta ao Partido Socialista, até hoje não recebemos nenhuma contraproposta", disse, salientando que a coligação está disponível "tanto para um acordo de mínimos, tanto para um acordo de médios, tanto para um acordo de máximos" pois está em causa o "interesse nacional".
Considerando estar a fazer uma "leitura fiel" do resultado das legislativas e que "em 41 anos de democracia, sempre houve uma regra, quem ganha as eleições governa", o presidente do CDS-PP afirmou a coligação está "disponível para procurar compromissos".
"Nós queremos garantir ao país estabilidade, queremos garantir ao país que o ciclo de crescimento económico se acelera, nós queremos garantir ao país que os próximos quatro anos são merecidamente anos de recuperação de rendimentos e anos de criação de postos de trabalho. Isso precisa de confiança e a confiança precisa de estabilidade", vincou Portas.
A reunião com a CTP, que durou cerca de uma hora e meia, foi classificada como "interessante" pelo dirigente centrista, que vincou que a atuação dos parceiros sociais é "um exemplo em que os responsáveis políticos deviam meditar".
Para o dirigente, o setor do turismo contribuiu para a mudança da situação económica e para a criação de postos de trabalho, e beneficia a imagem de Portugal no estrangeiro.
"Os parceiros sociais, nos últimos 40 anos contribuíram decisivamente para que em Portugal houvesse uma cultura de compromisso, em que representantes das empresas e representantes dos trabalhadores se sentam à mesa e conseguirem progressos concretos dentro daquilo que é razoável e daquilo que é viável", salientou.
Portas considerou ainda que a reforma laboral e a redução progressiva do IRC são exemplos que "fazem parte da boa reputação de Portugal lá fora".
"Portugal foi, nos últimos anos, um país com uma tal maturidade política e social, que foi capaz de fazer uma reforma laboral, que é sempre um assunto sensível, deliberada e moderada entre empregadores e trabalhadores, com acordo social. Isso foi muito importante para melhorar a imagem de Portugal lá fora", reforçou.