Clínico geral cria empresa e já tem 1800 utentes
Nuno Ascenso queria ser cirurgião, mas como não conseguiu, não tirou qualquer especialidade. Em alternativa, abriu a sua empresa, a Maximus Korpus, e procurou uma extensão de um centro de saúde que estava desfalcada. Aos 31 anos, trabalha em Alenquer, onde cumpre 18 horas semanais.
"Faço o papel de médico de família, mas sem as vertentes de saúde materna, planeamento familiar, entre outras". Com 1800 utentes, optou por ficar desvinculado do Serviço Nacional do Saúde, até porque "trabalha noutros locais e sem os habituais descontos inerentes aos recibos verdes". Ao mesmo tempo, vai prestando cuidados em serviços de urgência hospitalares, onde está mais próximo das especialidades cirúrgicas que sempre o cativaram.
João Sequeira Carlos (APMCG) compreende "o esforço que a tutela está a fazer para suprir a falta de médicos", mas reforça que "estes médicos não devem ter uma lista de utentes e isso faz-nos estar alerta". Mesmo as consultas de recurso acabam por ser consultas de rotina para quem não tem médico.