Igreja elege caridade como remédio para a crise
O presidente da Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana defendeu ontem à noite em Fátima, durante a Missa da Vigília, que "a caridade é que nos pode ajudar a vencer a crise".
O bispo de Beja, que presidiu à missa, lembrou que "é em tempo de crise que se mostra aquilo que somos". António Vitalino sublinhou que "os distúrbios nos subúrbios das grandes cidades do Reino Unido, como há anos em Paris, e há pouco em Madrid e Barcelona, devem ser para nós um alerta para não enveredarmos pelo caminho do salve-se quem puder".
Perante milhares de fiéis, o bispo afirmou que Portugal continua a ser um país de emigrantes, mas "também um país de imigrantes". Se ajudamos outros países no seu desenvolvimento e bem-estar, mas também somos ajudados, salienta, é sinal de que "precisamos uns dos outros". A meio da homilia, surgiu o apelo do prelado: "em tempo de crise económica não nos esqueçamos de continuar a ser acolhedores e hospitaleiros e não façamos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós".
Na missa a que presidiu, António Vitalino exortou os peregrinos a fazerem parte daquele povo "que não se resigna perante as dificuldades e a imobilidade de muitos ambientes, onde grassa o desemprego e a falta de perspetiva de inserção no mundo do trabalho". Afinal, argumentou, "a fé transporta montanhas", acrescentando que a experiência das migrações pode fomentar essa antecipação de uma só família humana" e que "o fenómeno crescente do intercâmbio cultural, universitário, económico, desportivo e turístico pode unir cada vez mais os povos, tornar-se motor de desenvolvimento". Uma ressalva: "Sem fé, sem oração, sem sacrifícios e ousadia, isso não acontecerá", alertou o bispo de Beja.
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