CAP pede eleições antecipadas o mais rápido possível
Confederação dos Agricultores foi recebida por Cavaco Silva e pediu eleições já em junho ou julho
O presidente da Confederação dos Agricultores pediu esta quinta-feira que se convoquem eleições antecipadas, perante o derrube do Governo da coligação PDS/CDS-PP.
João Machado, o presidente da CAP, disse que "três perdedores não fazem um vencedor", referindo-se ao acordo à esquerda que apoia o Executivo socialista, tendo pedido ao Presidente da República que marque eleições o mais rápido possível, em junho ou julho de 2016. Até lá, Cavaco Silva deve tomar uma "decisão provisória" que permita esta solução.
O líder da CAP defende que PS, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes fizeram "um truque" e os próprios eleitores que votaram nestes partidos foram surpreendidos pelo acordo à esquerda. "Democracia é transparência e temos uma situação que foi escondida", destacou.
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As audiências do chefe de Estado com os parceiros sociais começaram dois dias depois da aprovação de uma moção de rejeição do programa do XX Governo Constitucional.
Já esta manhã, Cavaco Silva recebeu a CIP - Confederação Empresarial de Portugal, que deixou vários recados a um eventual Governo do PS, com o apoio de PCP e BE. "Sentimos que, pelos sinais que são dados nos acordos que foram recentemente anunciados, que alguma desta estabilidade parece estar ameaçada já que pressentimos que há uma tentativa de deslocalização do que é tratado na concertação social para o parlamento. Não permitiremos que essa deslocalização ocorra", declarou António Saraiva.
O Presidente da CIP disse esperar que se mantenham as medidas de apoio à competitividade negociadas com o Governo anterior e que não haja espaço para a "reversão" dos indicadores de melhoria da competitividade portuguesa. "Em sede de Concertação Social, não vacilaremos na defesa da competitividade da economia".
João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, disse à saída da audiência com o Presidente da República que a CCP tem abertura para discutir o aumento do salário mínimo, mas ressalva que não é possível subir a remuneração estabelecendo "timings e objetivos para atingir valores", defendendo que seja feita a análise de um conjunto de indicadores antes de avançar para a meta prevista.
"Não simpatizamos com a ideia de um governo de gestão", acrescentou, questionado sobre a possibilidade de se manter no poder o Executivo de coligação. A CCP, explicou Vieira Lopes, quer um Governo "que possa decidir e responder em termos estratégicos e de dia-a-dia".
Audições continuam sexta-feira
O Presidente da República continua na sexta-feira a ouvir os parceiros sociais, estando agendadas audiências com a CGTP-IN, a UGT e o presidente do Conselho Económico e Social, entre outras organizações.
A primeira audiência com o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, está agendada para as 10:30 com a Associação das Empresas Familiares, seguindo-se às 12:00 um encontro com o Fórum para a Competitividade.
À tarde, pelas 15:00, o Presidente da República irá ouvir a CGTI-IN e, uma hora depois, o presidente do Conselho Económico e Social. A última audiência do dia está marcada para as 18:00, com a UGT.