Brexit deve ser "separação amigável" e não um "divórcio litigioso"
Para o ex primeiro ministro, "os resultados negativos da saída" do Reino Unido da UE serão amenizados se continuar a existir "espaço de livre comércio, com grande proximidade financeira" e valores comuns
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje, em Bruxelas, que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), na sequência de um referendo, deve ser uma "separação amigável" e não um "divórcio litigioso".
À entrada para a habitual reunião do Partido Popular Europeu antes das cimeiras de chefes de Estado e do Governo dos ainda 28 países da UE, Pedro Passos Coelho afirmou aos jornalistas que se poderá "diminuir a incerteza" com uma "declaração forte de todos os envolvidos de que não querem uma espécie de divórcio litigioso e que querem é uma separação amigável".
Para o social-democrata, se os 27 países continuarem a "comungar dos mesmos valores, princípios, mantendo uma proximidade política grande", assim como se continuar a existir um "espaço de livre comércio, com uma grande proximidade financeira", serão minimizados "os resultados negativos da saída" dos britânicos.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
"O que está aqui em causa para os mercados, mas também para os cidadãos, é saber se vamos todos amuar e vamos todos levar ao máximo os efeitos negativos associados a esta decisão ou se vamos minimizá-los e procurar incutir confiança nos mercados e nos cidadãos e todos temos interesse na segunda opção", afirmou aos jornalistas.
Comentando a decisão de quinta-feira dos britânicos de saírem da UE, o antigo primeiro-ministro português quis ainda afastar "qualquer ideia de utilizar o processo de negociação para mostrar uma espécie de cartão amarelo a todos aqueles que na UE pudessem ter tentações de realizar referendos que visassem a saída".
"Castigar os britânicos como uma espécie de vacina para que outros europeus não sigam o mesmo caminho, é o caminho mais direto para que isso possa acontecer", notou.
Pedro Passos Coelho aproveitou para caracterizar o projeto europeu como "positivo, de prosperidade e de paz" e "não um penalizar com azia, com um sentimento de perda para com aqueles que quiseram e soberanamente tomaram uma decisão diferente".