BE quer que governo contrate mais médicos e enfermeiros
Partido entregou projeto de resolução no Parlamento a pedir que profissionais contratados na altura da gripe fiquem nos quadros do SNS
O Bloco de Esquerda (BE) entregou um projeto de resolução no Parlamento onde pede ao Governo que contrate, para os quadros do SNS, os enfermeiros e médicos que foram contratados pelos hospitais na altura da gripe, ao abrigo do plano contingência criado na altura. Recomenda ainda a abertura de um processo de contratação para enfermeiros previsto no Orçamento de Estado deste ano. Esta manhã Catarina Martins, coordenadora do BE, e Ricardo Robles, candidato do partido à Câmara Municipal de Lisboa, visitam o hospital de S. José. Quarta-feira começam dois dias de greve dos médicos e uma greve de zelo dos enfermeiros.
No projeto de resolução, os bloquistas lembram que com o anterior governo "o SNS não foi poupado pela austeridade" e que o orçamento da saúde "foi cortado significativamente". Destacam a recuperação do número profissionais já com a atual governação, apresentando a contabilidade de março deste ano: perto de 18 mil médicos a que se juntam mais 10 mil internos, quase 41 mil enfermeiros e mais de 25 mil assistentes operacionais, entre outros. No total, apontam, o SNS tinha 126 249 profissionais no primeiro trimestre deste ano.
Ainda, assim, apontam os deputados bloquistas, "se queremos contribuir para um SNS capaz de dar uma resposta adequada e atempada a todos os utentes, é necessária uma contratação ainda maior". Dão o exemplo da falta de médicos de família, a falta de especialistas nos hospitais com impactos negativos nos tempos de espera para consultas e cirurgias, a falta de enfermeiros para cumprir as dotações seguras, de técnicos de diagnóstico e terapêutica numa altura em que a aposta do governo é internalizar cada vez mais exames no SNS e evitar o recurso ao privados através de convenções do Estado.
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"É por isso que consideramos que todos os profissionais de saúde colocados ao abrigo do plano de contingência da gripe devem ser contratados, de forma permanente, para trabalhar nas unidades de saúde onde foram colocados", afirmam os deputados no projeto de resolução, lembrando que muitos dos contratos celebrados a três e seis meses já terminaram e que muitos dos profissionais estão a desempenhar funções permanentes.