Autores propõem criação de organismo inter-ministerial
Os autores de um estudo sobre o custo económico e social dos acidentes rodoviários propõem a criação de um organismo inter-ministerial que trate regularmente esta questão, tendo em conta a dificuldade em obter dados sobre os desastres.
O estudo, da autoria dos investigadores da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) Arlindo Donário e Ricardo Santos e que será hoje apresentado, recomenda que seja criado um organismo inter-ministerial que "coordene, organize, trabalhe e disponibilize com regular periodicidade os dados necessários ao apuramento do custo económico e social dos acidentes rodoviários em Portugal".
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Segundo os investigadores, a "maior dificuldade encontrada na elaboração do estudo foi a obtenção de dados provenientes de diversas fontes, dificuldade que se materializou na demora em obter informação e na impossibilidade de acesso a essa mesma informação, sobretudo no âmbito do Ministério da Justiça".
Adiantam que não conseguiram obter dados no que toca aos custos administrativos dos tribunais, honorários de advogados, custas judiciais e custos relativos a funerais.
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O documento, a que a agência Lusa teve acesso, salienta que o apuramento estimado do custo económico e social dos acidentes rodoviários "é uma condição necessária, mas não suficiente, para a tomada de medidas políticas no âmbito do mercado da mobilidade e segurança rodoviária, a fim de minimizar esses custos sociais, atendendo à limitação de recursos existentes na sociedade".
Os investigadores sustentam que "não está em causa a eliminação total do risco de acidentes, porque é impossível, mas sim a sua minimização".
Encomendado à UAL pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o estudo teve como objetivo apurar os custos económicos e sociais dos acidentes rodoviários em Portugal Continental.
O trabalho concluiu que os acidentes de viação tiveram, entre 1996 e 2010, um custo económico e social anual médio que rondou os 2.500 milhões de euros.