30 laboratórios fizeram retrato nacional do ruído ambiente
Cerca de trinta laboratórios nacionais estiveram hoje envolvidos numa iniciativa que pretendeu fazer um retrato dos níveis de ruído em vários pontos do país, sobretudo junto a locais considerados sensíveis e com alguma visibilidade pública.
Em Lisboa, o engenheiro e presidente da Sociedade Portuguesa de Acústica, Jorge Patrício, reuniu alguns colaboradores para aferir os valores do ruído esta manhã, na zona de Alvalade, junto a uma escola secundária e a uma área residencial, mas também marcada por uma intensa circulação automóvel.
Mesmo já fora da hora de ponta, os valores obtidos a meio da manhã estavam acima daqueles que o especialista considera aceitáveis.
"Nós nesta situação já atingimos uns valores superiores àqueles que a legislação apontaria para esta zona. Neste local medimos cerca de 68/69 decibéis. Esse valor para uma zona residencial e com uma escola ao lado, que deveria ter valores máximos de 65, mas desejavelmente na ordem dos 55, está relativamente elevado", disse Jorge Patrício.
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Ainda que considere que a legislação portuguesa relativa ao ruído ambiente seja "adequada", Jorge Patrício põe em causa que a sua verificação "seja efectiva".
E, mesmo reconhecendo que é às autarquias que cabe o papel mais importante na fiscalização do cumprimento das normas e na adoção de medidas que permitam reduzir os níveis de ruído - como a gestão do tráfego -, o presidente da Sociedade Portuguesa de Acústica lembra que há pequenas mudanças de comportamento que podem ter um impacto significativo, inclusive para a preservação da saúde humana.