Voto de pesar pelo deputado e coronel Marques Júnior

A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do deputado e coronel Marques Júnior, enaltecendo em particular a sua qualidade de "capitão de Abril" e de "homem bom".

A presidente do Parlamento, Assunção Esteves, lembrou o seu último e recente encontro com Marques Júnior numa cerimónia sobre Direitos Humanos, onde o militar lhe dizia que "o exercício da política traz sofrimento".

Marques Júnior "foi uma ponte num mundo dividido e trouxe a raridade que lhe reconhecemos", realçou Assunção Esteves, perante familiares e dirigentes da Associação 25 de Abril presentes nas bancadas do Parlamento - que também votou por unanimidade um voto de pesar pela morte do cineasta Paulo Rocha.

Antes do minuto de silêncio, a socialista Maria de Belém enalteceu as relevantes carreiras militar e política de quem - como aquele deputado do PS - entendia "ser um dever cívico" lutar por um mundo melhor através da atividade política.

Mendes Bota (PSD) elogiou a "ética, responsabilidade, mérito, competência" demonstrados por Marques Júnior, "outra referência do 25 de abril" que desapareceu.

Nuno Magalhães (CDS/PP) realçou o "intenso legado" que Marques Júnior deixa, como "militar distinto, dirigente político combativo, deputado competente" que foi, lamentando ainda que Portugal tenha perdido "um radical defensor" do debate de ideias e do pluralismo político.

João Semedo (BE) lembrou "o homem corajoso que ousou enfrentar o regime fascista" do Estado Novo, apontando ainda Marques Júnior como um defensor acérrimo de "mais liberdade, mais democracia e mais liberdade".

António Filipe (PCP) considerou Marques Júnior "um dos mais brilhantes deputados" e alguém que foi uma "grande referência" na Comissão parlamentar de Defesa e também na de Assuntos Constitucionais. Porém, "o seu grande lugar no coletivo nacional" advém do "facto de ter sido um dos militares que restituíram a liberdade aos portugueses", acrescentou.

Heloísa Apolónia (Os Verdes) destacou o homem "extraordinariamente afável" que foi Marques Júnior, um "homem bom" e com uma "amabilidade extraordinária".

Em nome do Governo, a secretária de Estado Teresa Morais - que fez parte, com Mafrques Júnior, da Comissão de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa - contou tê-lo desafiado a escrever memórias e disse ter morrido "um homem justo, respeitado, íntegro".

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