"Se o CDS fosse separado nas eleições poderia ser um bom parceiro do PS no governo"

Entrevista a Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra

A coligação em Sintra com PS, PSD e CDU funciona bem?

Funciona bem. Na política tudo é muito mutável, mas até hoje tem funcionado muito bem e tudo aquilo que se tem feito em Sintra deve--se exatamente a essa capacidade de entendimento e coordenação que tem havido na vereação, temos remado todos para o mesmo sítio.

A CDU tem uma experiência local em que se associa, por vezes, a partidos de ideologia bem distinta. Em Loures com o PSD, em Sintra com o PS e PSD. Estas realidades são extrapoláveis para uma realidade nacional?

Dificilmente. A nível local os critérios são outros e as prioridades estão muito definidas, o que se espera é que trabalhem a favor dos munícipes. A nível nacional trata-se da comunidade nacional e dos grandes princípios, a Europa, as privatizações, problemas transversais. Mas há um conjunto de princípios que são nacionais e locais: os direitos humanos, os políticos e os sociais. Aí, temos todos de pensar tudo da mesma forma.

Defendeu que o PS teria de chamar outros partidos para governar, se ganhar sem maioria. Qual o melhor parceiro para o PS?

A nível nacional, acho que é muito importante que o futuro governo tenha apoio maioritário. E isso não significa coligação governamental. Pode haver apoios de vária natureza: a coligação governamental é o melhor; mas também já houve coligações com acordo parlamentar de incidência governamental (eu próprio participei num governo desses, PS-CDS, em 78); e depois pode haver os apoios parlamentares que podem ser expressos (escritos) ou tácitos. Gostaria muito que o PS tivesse maioria, mas se tal não acontecer tem de resolver o problema. E não deve, em meu entender, fazer governos minoritários sem apoio parlamentar maioritário. Um dos grandes erros de José Sócrates foi ter aceitado fazer um governo minoritário sem apoio parlamentar maioritário. Um grande erro que o marcou desde o primeiro dia até ao fim.

O PS deve olhar mais para a direita ou para a esquerda?

Olhar à esquerda é difícil, porque não sei bem o que é que há à esquerda do PS para realizar esse objetivo. Pode haver uma esquerda que eventualmente queria, mas pode não ter votos. E pode haver uma esquerda que tem votos e eventualmente não queira. Em democracia nenhuma esquerda tem lepra, nenhum partido tem lepra. Quando se trata do interesse nacional há que considerar todos, mesmo com quem não concordamos.

Leia a entrevista completa na edição impressa ou no e-paper do DN

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