"Portugal não se pode considerar imune" ao terrorismo
O novo diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz, tomou posse esta manhã na sede do SIS, na presença do primeiro-ministro
Terrorismo jihadista, criminalidade organizada e espionagem (económica e clássica) são neste momento as prioridades do SIS, de acordo com o diretor Neiva da Cruz. Referindo-se aos atentados de Paris e Bélgica, sublinhou que também "Portugal não se pode considerar imune" ao terrorismo, quer pela sua "inserção geográfica", quer pelo "espaço de livre circulação" de que faz parte, quer também "pelo envolvimento de nacionais portugueses na prática, patrocínio e promoção do terrorismo jihadista".
O novo chefe das secretas internas salientou que "as novas ameaças e desafios da segurança interna só podem ser combatidos através de uma grande partilha entre informações e forças de segurança, juntamente com a cooperação internacional". "Os recentes atentados em França e na Bélgica provaram que esta realidade não é geograficamente estanque e exige a partilha e o reforço da coordenação entre as forças e serviços de segurança", salientou Neiva da Cruz.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também destacou o papel dos serviços de informações no atual contexto europeu de ameaça terrorista. Tendo em conta os últimos acontecimentos, assinalou, "é oportuno ter um conjunto de medidas preventivas concretas e uma capacidade de detetar precocemente as ameaças, com um investimento redobrado na prevenças dos riscos através dos serviços de informações".
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O chefe de Governo considera ainda que a "capacidade de resposta depende de uma mudança de mentalidades e de uma aproximação da sociedade civil" aos serviços de informações, que passa, entre outros, "pela desmistificação de alguns tabus".
A tomada de posse de Neiva da Cruz teve lugar no forte da Ameixoeira e foi pela primeira vez aberta à comunicação social. "Sinal de um desejo de maior abertura e transparência dos serviços", comentava um alto dirigente das secretas ao DN.