Políticos e juristas dizem que ataque à justiça foi uma defesa. E legítima
Antigo primeiro-ministro tem, no entender dos juristas, "direito a defender-se" das acusações de que é alvo na "praça pública"
Mais do que alinharem numa tese kafkiana (da alegada acusação sem provas) ou quixotesca (que questione a realidade dos argumentos), políticos e juristas concordam num ponto com José Sócrates: que o direito a defender-se publicamente é "legítimo". Foi isso, aliás, que o antigo primeiro-ministro alegou na entrevista dada na sexta-feira à TVI: "legítima defesa".
O ex-secretário de Estado da Justiça João Correia disse ao DN que "a forma utilizada por José Sócrates para se defender é legítima, legal e constitucional."O antigo governante do Executivo de Sócrates baseia-se em "dois princípios" para defender a opção de Sócrates "o da legítima defesa e o da presunção de inocência. Se se presume inocente, não pode ser vedada a sua liberdade de expressão".
Também o jurista e vice-presidente da Assembleia da República, Guilherme Silva, disse ao DN "compreender e respeitar" a decisão de José Sócrates em dar a entrevista. "A justiça é igual para todos, mas o facto de ser um ex-primeiro-ministro leva a que sejam desenvolvidas determinadas teorias e noticiário na comunicação social relativamente às quais ele deve ter o direito de se defender e de apresentar a sua tese, a sua versão dos factos".
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