Passos Coelho grita vitória, reforça promessas e lança a bola para o Partido Socialista
No discurso de vitória Pedro Passos Coelho disse que vai reunir com Paulo Portas nos próximos dias para formar governo e afirma que vai procurar entendimento com o PS para políticas essenciais
"Nestes primeiros dias da semana faremos, como nos compete, o passo indispensável para que se possa comunicar que a força política mais votada nas eleições está disponível para formar governo.
Seria estranho que no dia a seguir, quem ganhasse as eleições, não pudesse governar. Aquilo que nos dispomos a fazer é a interpretação de forma humilde do resultado", afirmou Pedro Passos Coelho, depois de afirmar que o resultado mostraram inequivocamente uma força vencedora.
Depois de celebrar a vitória, o discurso do primeiro-ministro virou-se para as promessas que fizeram durante a campanha eleitoral. Menos austeridade, mas de forma limitada. "A nossa tarefa mais emergente é dotar pais de um Orçamento de Estado para 2016 que cumpra objetivos essenciais. Uma vez saídos do défice excessivo, é manter Portugal com um défice abaixo dos 3%, mantendo o controlo e disciplina das finanças públicas para manter o terreno solido para continuar a crescer. Manteremos a recuperação dos salários ao nível da administração pública, como o alargamento às famílias de melhores condições em sede do IRS, para que possam ver o seu esforço fiscal aliviado. Mas não esquecemos o que tínhamos dito: que é necessário remover a sobretaxa de IRS, dentro de um caminho seguro de quem não quer andar às arrecuas. E tal como consta do Orçamento de Estado para 2015, não deixaremos de devolver o excesso fiscal que possa ser arrecado até final do ano para que todos os portugueses possam ver devolvidas parte da sobretaxa".
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Reconhecendo que o quadro é diferente do que teve há quatro anos, agora sem maioria absoluta, Passos Coelho assumiu estar disponível para chegar a entendimentos com o PS, deixando a bola do lado dos socialistas. "Tomarei a iniciativa, no plano parlamentar, de contactar PS e junto do PS procurar o entendimento indispensável para reformas estruturantes e essenciais, na esperança que sendo um partido europeísta estará disponível para possibilitar reformas importantes possam ser feitas, com destaque para a reforma social".