"Os contribuintes é que pagam", diz o Livre

Num comunicado lançado nas redes sociais, o partido Livre acusou a situação do BES e a regulação bancária de ter falhado "em todas as frentes", afirmando que quando esta não funciona "os contribuíntes é que pagam".

O comunicado foi colocado no facebook do Partido uma hora depois da apresentação do anúncio da criação do "Novo Banco", e expressa que "tal como se esperava, quando os negócios da banca dão prejuízo, os contribuintes é que pagam", explicando que o impacto da falência vai afetar milhares de famílias, e que "o BES é a prova de que a regulação bancária falhou em todas as frentes".

"Apesar de em julho nos terem convencido que o GES não era o BES e que o BES estava protegido, sabe-se agora que não é verdade e que o BES será alvo de uma intervenção estatal, facto que Passos Coelho prometeu que nunca iria acontecer", dita o Partido, acusando o Primeiro-ministro de se "esconder" atrás do governador do BdP.

"O governador do Banco de Portugal, ao assumir que existem provas de gestão danosa no BES, clarificou que ocorreram crimes financeiros que têm ser punidos", acrescenta.

O Partido acusa a troika de não detetar irregularidades apesar do mau resultado do BES e de o aumento de capitais ter sido efetuado por uma valorização "excessiva e fictícia" das empresas ligadas à família, que a investigação do regulador não foi cuidada, e que por isso os pequenos acionistas vão perder tudo ao ficar no "banco mau".

Quanto ao "banco bom", o LIVRE explica que os portugueses vão pagar, pois será capitalizado pelo Fundo de Resolução, que "como o fundo só dispõe de 182 milhões de euros (o buraco do BES é superior a 4, 900 mil milhões) o Estado vai recorrer à linha de capitalização da Troika para a banca" explicando que "este dinheiro é dívida pública, pelo que será pago por contribuintes".

"A conclusão é simples" dita o comunicado"a regulação bancária não funciona. Isto é o ponto central da história do BES e da história da Banca Mundial. Os sucessivos acordos de Basileia (I, II e III) falharam e a atividade bancária está hoje tão frágil como em 2008".

O partido liderado por Rui Tavares defende então que se apliquem as seguintes medidas: A separação das bancas de investimento e comercial, a subida dos rácios de solvabilidade para 10%, sobretudo pelo aumento do numerador, criminalização efetiva do crime de abuso de informação e de branquiamento de capitais, e a garantia de que os postos de trabalho dos trabalhadores do Banco serão mantidos.

Segundo o Livre, o caso BES prova que o problema de Portugal não é o Estado nem a dívida pública, mas sim a dívida privada e a situação "calamitosa" da banca.

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