29 setembro 2015 às 01h30

Na coligação PSD-CDS, Cristas foi a estrela do dia. Ministros em força na campanha

Em dia de aniversário, 41 anos, a primeira do CDS na lista de Leiria e atual ministra da Agricultura juntou-se à comitiva da coligação. Fernando Nogueira também disse presente.

Valentina Marcelino

Assunção Cristas, ministra da Agricultura, ontem foi a estrela do dia de campanha. Não só porque era o seu aniversário - devidamente assinalado em todas as ações de campanha -, ou porque era a primeira do CDS na lista do distrito visitado (Leiria), mas porque é um dos trunfos da coligação como rosto de uma área que tem bastantes resultados positivos para apresentar, sem polémicas de assinalar.

Nos derradeiros dias da campanha, a coligação prepara-se para colocar os holofotes sobre ministros de setores que Passos Coelho e Paulo Portas querem destacar, como é o caso da Saúde, Educação e da Segurança Social. Paulo Macedo, o ministro da Saúde, estará hoje numa sessão de esclarecimento, em Oliveira do Bairro.

Quem também marcou presença foi Fernando Nogueira, ex-presidente do PSD, através de um testemunho em vídeo transmitido nos ecrãs gigantes do jantar-comício no Pombal, e deu o apoio à coligação.

"O enfoque desta semana vai estar nas medidas que temos para os próximos quatro, demonstrando, com resultados concretos, como, apesar do estado de emergência, conseguimos manter e fortalecer o Estado social e como, a partir de agora, temos preparado o plano de desenvolvimento social para os próximos anos", assegurou ao DN fonte da direção de campanha.

Vários ministros são, aliás, cabeças de lista em vários distritos da campanha ou estão em lugares elegíveis. Nessa qualidade já têm estado presentes nas ações de campanha. Foi o caso de Maria Luís Albuquerque, em Setúbal, de José Pedro Aguiar-Branco e de Pedro Mota Soares, no Porto, de Paula Teixeira da Cruz e Luís Marques Guedes, em Lisboa, de Jorge Moreira da Silva, em Braga. Hoje, a "maratona" da campanha PAF vai estar no distrito de Coimbra, onde o "trunfo" é a independente, vice-reitora da Universidade de Coimbra, Margarida Mano. No entanto, apesar destes pesos-pesados poderem ter um papel de relevo nesta última semana, será mais no "esclarecimento" dos indecisos que vai estar concentrada a "máquina" azul-laranja. "Ninguém troca o certo pelo incerto", frisou Paulo Portas, no jantar--comício, para as cerca de 4000 pessoas em Pombal. "Resolvemos os problemas com a troika, só nos faltava agora um governo fraco, com partidos que querem Portugal fora do euro e da União Europeia! Por amor de Deus, 70% das exportações portuguesas são para a Europa!", exclamou.

Antes, no Bombarral, o acento tónico das declarações de Passos Coelho também estivera nessa linha. Na sua intervenção à hora de almoço, o presidente do PSD fez um paralelismo entre o sucesso de uma empresa exportadora de morangos, que visitou de manhã, e o que pretende para o país. Passos contou que quando a empresa ficou destruída por "motivos climatéricos, há uns anos, o gestor e acionistas reuniram-se com os trabalhadores e juntos conseguiram reconstruir tudo, produzir mais e exportar mais". É esta a "visão" que tem para Portugal, assegura. "O nosso ponto de partida em 2011 foi muito adverso. Foi muito importante a mobilização com todos os portugueses e nunca terem desistido, porque valia a pena passar por essa dificuldade para que agora o futuro possa ser visto com mais esperança e confiança."

Passos quer que os eleitores acreditem que a coligação "deu certo" e está a mostrar "resultados", advertindo que não há "nenhuma razão para arriscar experiências, voltando a um passado de má memória".

Da parte da manhã, além da estufa de morangos, onde esperava uma surpresa para Assunção Cristas (dois bolos gigantes de aniversário, um em forma de pera, outro de morango), Passos e Portas tinham visitado uma fábrica de calçado, perto de Alcobaça, "Quando era mais novo estava na moda usar botas da tropa. Uma vez até fui a uma tomada de posse, quando estava na JSD, com botas cardadas e blusão de cabedal. O ministro não achou lá muita piada", recordou o presidente do PSD.

Os operários mantinham a sua atenção no trabalho que estavam mecanicamente a executar. Tirar moldes, coser as peles, colar a sola. Maria José está há 24 anos sentada à máquina de costura a unir o forro dos sapatos e a cosê-los. Mal levanta os olhos quando passa a comitiva. Diz ao DN que é a "primeira vez" que são visitados por um primeiro--ministro. Garante que vai votar, mas não disse em quem. À saída. Passos Coelho e Paulo Portas receberam um belo par de sapatos cada um.