Moção de censura a Governo Regional discutida dia 29
A moção de censura apresentada pelo Partido Socialista ao Governo Regional, do PSD, será discutida a 29 de maio, anunciou hoje o vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Paulo Fontes.
"Foi acordado com os grupos parlamentares se fazer a discussão desta moção de censura no dia 29 de maio", disse Paulo Fontes, no final da reunião da comissão de líderes.
Nesta reunião foi ainda aprovado, pelo PSD, o regimento para o debate da moção de censura com os votos contra do PS e do PTP e a abstenção do CDS-PP, e agendada para 30 de maio uma sessão plenária normal.
Entretanto, o presidente do PS-Madeira, Victor Freitas, em conferência de imprensa no Funchal, explicou que o partido votou contra o regimento da moção de censura por considerar "desajustado" o Governo Regional, liderado por Alberto João Jardim, "não ter limite de tempo na réplica aos argumentos dos partidos da oposição".
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"Como tal entendemos que esta moção de censura vai ser discutida novamente num clima de anti-democracia dentro da assembleia regional", considerou Victor Freitas.
O responsável salientou que a moção não aparece de "ânimo leve", justificando: "Surge numa situação económica e social extremamente difícil para todos os madeirenses e também num ambiente político de instabilidade por parte do partido que governa a Região Autónoma da Madeira".
O dirigente socialista adiantou que a iniciativa parlamentar atendeu também ao facto de o Executivo insular, cujas funções encetou há cerca de seis meses, "até ao momento" não ter demonstrado "capacidade para governar a região, nem para tirar a região dos atuais problemas em que o PSD a colocou".
"É por isso esta moção de censura surge", declarou, garantindo haver, a cada dia que passa, "mais madeirenses e portossantenses a censurar o Governo", devido à "situação económica e social" e ao "dia-a-dia da governação ou da falta de governação e soluções".
Victor Freitas salientou que a moção "é, também, um aviso a Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, e a Paulo Portas, líder do CDS-PP".
"Não aceitamos tripla austeridade para o povo, não aceitamos que sejam os madeirenses e portossantenses a pagar pelos erros do PSD e esse PSD é o PSD de Pedro Passos Coelho representado na Região Autónoma da Madeira por Alberto João Jardim", referiu.
Questionado se espera a presença de Alberto João Jardim na discussão da moção, Victor Freitas declarou: "Face à gravidade da situação política na região, face ao facto daquilo que é hoje o dia a dia dos madeirenses e dos portossantenses, seria uma ofensa o principal responsável pela desgraça da Madeira não estar presente".
"Deve dar a cara por aquilo que fez, não fazê-lo é um sinal de cobardia política e um sinal de desrespeito para com os madeirenses e portossantenses que nós não admitimos", assinalou o líder do PS-M.