Marta Temido não exclui candidatura à Câmara de Lisboa

Ex-ministra admite que "pode acontecer" uma líder concelhia do PS - como Temido é, em Lisboa - ser candidato à respetiva câmara municipal. Mas para já não é "candidata a nada".

A entrevista, da SIC, conduzida pela jornalista Dulce Salzedas, foi marcada havendo um critério de oportunidade: os três anos do início da pandemia covid-19. A então ministra da Saúde, Marta Temido, acedeu - naquela que foi a sua primeira entrevista desde que deixou o Governo (setembro de 2022). Mas a conversa foi muito além do tema covid.

Agora deputada na Assembleia da República e presidente da comissão política concelhia de Lisboa de PS, Marta Temido foi questionada sobre a possibilidade - que tem sido muito comentada dentro do PS - de ser a candidata do partido à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas (setembro/outubro de 2025). E, na prática, não excluiu essa hipótese.

Num primeiro momento assegurou: "Não sou candidata a nada." "Isso exigiria um pensamento estratégico pessoal que não tenho", justificou, dizendo ainda que "é cedo, mesmo muito cedo" para se falar nas autárquicas. Contudo, mais adiante, face a uma outra pergunta - "acharia normal que o presidente da concelhia pudesse ser candidato à câmara?" - responderia: "Tanto quanto sei é uma circunstância que pode acontecer". Mas - acrescentaria mais uma vez - "o propósito [de liderar atualmente a concelhia de Lisboa] não é esse".

"Uma graça, uma desgraça"

Para já, o PS concentra-se em ser em Lisboa oposição à gestão dirigida por Carlos Moedas [PSD) na Câmara Municipal . As "preocupações que vale a pena ter" e para as quais os socialistas procuram "respostas" são com os problemas da habitação ("essa chaga"), da mobilidade ("essa dificuldade com tantos efeitos ambientais") e ainda relacionadas com uma cidade que é "cada vez mais desigual", socialmente falando.

Dito de outra forma: a prioridade para já, mais do que a definição de candidatos, passa por questões programáticas. Marta Temido não quer admitir nem excluir uma candidatura sua à maior autarquia do país.

O que verdadeiramente exclui, isso sim, é aquilo que em tempos até António Costa sugeriu (quando lhe entregou o cartão de militante do PS): abalançar-se para uma candidatura à liderança do partido. Sorrindo, comentou a sugestão de Costa com um trocadilho: "Foi uma graça [e seria] uma desgraça." Também disse que continua a sentir "um grande respeito e uma admiração" por António Costa.

Quanto à situação no setor da Saúde, não faz comentários. "Para preservação pessoal, e do próprio processo político, entendi não comentar saúde. Não há nada pior que os fantasmas do verão passado, agora é outro tempo, são outros protagonistas e outro processo e, da minha parte, um voto muito sincero para que tudo corra o melhor possível."

joao.p.henriques@dn.pt

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