Marcelo e Santana acham que têm o perfil traçado por Cavaco

Presidente da República considera experiência na política externa imprescindível a um chefe de Estado. O professor e o antigo primeiro-ministro já disseram que acreditam ter o perfil delineado.

(ATUALIZADA ÀS 18H00, com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa)

Num momento em que recorrentemente se fala de potenciais nomes para a corrida presidencial, Cavaco Silva aponta, no prefácio do "Roteiros IX", publicação que reúne as suas principais intervenções do último ano, a política externa como uma das principais funções do chefe de Estado.

O perfil delineado pelo presidente da República parece encaixar em António Vitorino (antigo comissário europeu), António Guterres (atual alto comissário da ONU), e Durão Barroso (ex-presidente da Comissão Europeia). Todos eles já terão dado indicações de que não estarão disponíveis para Belém, mas na política há sempre muitas reviravoltas...

A este breve perfil, o Presidente da República aponta ainda a necessidade de, "no plano externo", a atuação do Chefe de Estado requerer "uma adequada coordenação e concertação com o Governo, de forma a assegurar a sintonia de posições entre os dois órgãos de soberania na defesa dos interesses nacionais".

Em declarações à Rádio Renascença e à Antena 1, Santana Lopes inclui-se no perfil traçado por Cavaco. "Com experiência a nível da política externa, julgo que dos nomes falados até aqui só António Guterres, António Vitorino e, à direita - sem modéstia -, eu próprio, pelas funções de primeiro-ministro e outras como secretário de Estado da Cultura - estive cinco anos no Conselho de Cultura."

E Durão Barroso? "Não tem sido um nome muito falado. Foi falado como mera hipótese, uma hipótese secundária. Ele próprio afastou-se, mas obviamente que características ele tem".

O antigo primeiro-ministro, que se considera ex-pré-candidato, considera que Cavaco Silva já eliminou candidatos."Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio, Sampaio da Nóvoa, Carvalho da Silva". E "curiosamente [Cavaco Silva] exclui, pelas suas características, o seu conselheiro de Estado Marcelo Rebelo de Sousa, por si nomeado, e também Rui Rio", afirmou Santana Lopes.

O) professor, no entanto, acredita que encaixa no perfil traçado por Cavaco Silva. "Aplicam-se a mim", disse. Em declarações ao Económico, Marcelo Rebelo de Sousa lembra a experiência adquirida em momentos cruciais da política externa nacional, nomeadamente na adesão de Portugal ao euro, em 1998, quando fez "com António Guterres uma espécie de acordo de regime para viabiliza três orçamentos", na preparação para o alargamento da União Europeia a Leste, quando era vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), e na missão de levar o PSD a pertencer ao PPE.

Leia no site da Presidência o prefácio de Roteiros IX de Cavaco Silva.

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