Marcelo só soube da intervenção do SIS "no dia 29", três dias depois
Presidente da República diz ter sabido da atuação do SIS apenas no dia em que João Galamba deu a conferência de imprensa a relatar a sua versão dos factos.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou esta quinta-feira que o primeiro contacto que teve com alguém sobre a atuação do Serviço de Informações e Segurança (SIS) no caso da recuperação do computador do ex-adjunto de João Galamba foi no dia 29, ou seja, no dia em que o ministro das Infraestruturas deu a conferência de imprensa a relatar a sua versão dos factos - três dias depois dos mesmos terem acontecido.
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"Nunca conto as conversas que tenho com o primeiro-ministro. O primeiro contacto que tive com alguém sobre esta matéria foi no dia 29, no regresso da Ovibeja, ao fim da tarde. Ontem o primeiro-ministro esclareceu à noite que no contacto inicial que teve com o Presidente da República não se referiu a essa matéria", afirmou, à margem da 93.ª edição da Feira do Livro, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
O Presidente da República não esclareceu com quem teve esse contacto nem se o primeiro-ministro o contactou no dia 26, quando aconteceu a confusão no ministério das Infraestruturas.
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Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda sobre a agenda para os próximos meses, que inclui um Conselho de Estado com a presidente do Conselho Europeu, Roberta Metsola, no dia 16 de junho. Cinco dias depois vai receber os partidos com assento na Assembleia da Madeira para marcar as eleições regionais, previsivelmente para o final de setembro. Em julho vai receber os partidos com assento na Assembleia da República, na final da sessão legislativa, para os ouvir sobre a situação económica.
Depois disso, vai convocar um Conselho de Estado para o final de julho, quando a comissão parlamentar de inquérito já terá chegado ao fim, para "apreciar a situação portuguesa", depois de várias reuniões em que a prioridade foi a guerra na Ucrânia. "Faz ouvir os conselheiros de Estado sobre situações económica, social e política porque está a arrancar o Orçamento de Estado para o ano que vem. O Conselho de Estado tem uns conselheiros que intervêm muito no foro público, outros que intervêm pouco. A ideia não é dar passos, é ouvi-los", explicou.