Machete diz que relação com Angola "vai ter nova dinâmica"
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta sexta-feira que a relação com Angola "vai ter uma nova dinâmica que permitirá rapidamente recuperar algumas coisas que foram momentaneamente deixadas para trás".
Rui Machete intervinha no debate parlamentar do Orçamento de Estado para o próximo ano (OE2014) na área da diplomacia, após o deputado socialista Carlos Zorrinho lhe ter perguntado se tinha "condições políticas" para se manter em funções.
As relações de Lisboa com Luanda, afetadas pelos processos judiciais em Portugal contra altas figuras do Estado angolano, têm posto em causa a realização de uma cimeira bilateral no início do próximo ano e levaram mesmo o Presidente José Eduardo dos Santos a afirmar o fim da parceria estratégica entre os dois países.
Na base das reservas de Carlos Zorrinho estão casos que disse embaraçarem o País, desde haver ministros que qualificam Portugal como sendo um protetorado ou o presidente da Comissão Europeia "pressionar despudoradamente" o Tribunal Constitucional.
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Quanto ao orçamento do seu ministério, com uma despesa consolidada de 317,5 milhões de euros para 2014 que corresponde a uma redução de 11,2% face a 2013, Rui Machete precisou que as verbas de funcionamento e investimento vão diminuir em 16,3%, enquanto as de pessoal baixam 14% face ao orçamento retificativo.
O deputado Paulo Pisco (PS) qualificou o OE2014 como "perigoso para a capacidade de representação externa" do País e "é uma perfeita loucura" reduzir efetivos "pelo terceiro ano consecutivo" no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Paulo Pisco, depois de referir "os embaraços" criados pelo pedido de desculpas do ministro Rui Machete a Angola, pela polémica estada do vice-primeiro-ministro em Macau (chegando atrasado a uma cerimónia), lamentou "o enorme egoísmo" de Paulo Portas ao retirar a chamada diplomacia económica da tutela do ministério dos Negócios Estrangeiros.