Machete admite: "Fiz uma declaração menos feliz"
Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, começou a prestar esclarecimentos ao parlamento sobre o caso da entrevista à Rádio Nacional de Angola. E afirmou: "Portugal não pede desculpas a ninguém por ser um Estado de direito".
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros que fez uma "declaração menos feliz" à Rádio Nacional de Angola, quando teceu considerações sobre as investigações do Ministério Público a altas figuras do Estado angolano.
Rui Machete defendeu ter dito o que disse como uma forma de "apaziguamento" das relações diplomáticas entre Portugal e Angola, afetadas, segundo disse o ministro, na sequência da "violação do segredo de justiça" em Portugal, que fez com que fossem do domínio público os processos."Foi num propósito de apaziguamento, no exercício de um função eminentemente política".
O ministro reiterou não ter falado com a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, sobre o conteúdo dos processos quando, recorde-se, na entrevista à rádio angolana tinha dito que obteve "informações genéricas" da PGR.
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Caso BPN
No que diz respeito à carta que enviou ao Parlamento, em 2008, dizendo nunca ter sido acionista da Sociedade Lusa de Negócios, Machete voltou a insistir na tese da incorreção factual. Sublinhando que tal incorreção não foi dirigida a uma comissão parlamentar de inquérito, mas sim a um deputado.
O deputado do PS Pedro Silva Pereira sublinhou não esperar a presença de Rui Machete no Parlamento: "A sua permanência no Governo já devia estar resolvida", garantiu.