Líder do CDS diz que se não ficar satisfeito com resultados será "o primeiro a ir embora"

Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que não está "dependente da política", mas sim da sua "consciência e valores", e, em entrevista à TVI, argumentou que "qualquer líder de um partido político em Portugal está sempre dependente da avaliação dos resultados eleitorais".

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou esta segunda-feira que se, entender que os resultados eleitorais "não são satisfatórios", será "o primeiro" a tomar a iniciativa de deixar a liderança do partido.

"Se eu entender, a dada altura, que os resultados que tive não são satisfatórios e não tenho mais nada a oferecer ao meu país, eu serei o primeiro a ir-me embora", disse o líder centrista, em entrevista na TVI.

Questionado por Miguel Sousa Tavares se a sua sobrevivência como presidente do partido vai depender do resultado das eleições autárquicas que deverão ser agendadas para outubro, Rodrigues dos Santos (que disse no sábado que não se oporá a um congresso após esse sufrágio se for essa a vontade dos militantes) afirmou que não está "dependente da política", mas sim da sua "consciência e valores", e argumentou que "qualquer líder de um partido político em Portugal está sempre dependente da avaliação dos resultados eleitorais".

Líder do CDS não quer "perder um segundo" do seu tempo "com querelas ou fraturas internas"

Apontando que a vitória no Conselho Nacional deste fim de semana "é suficiente" e "confirmou a de há um ano atrás", quando a sua direção foi eleita em congresso, Francisco Rodrigues dos Santos destacou que não quer "perder um segundo" do seu tempo "com querelas ou fraturas internas".

"Quero dirigir-me a todos os portugueses que esperam de um partido de direita social como o CDS uma oposição firme a este Governo, com uma proposta alternativa para as dificuldades que estão a passar", acrescentou, advogando que o seu programa tem "todas as condições de continuar".

Ainda sobre o Conselho Nacional, Francisco Rodrigues dos Santos acusou o antigo vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes de ter provocado um "incidente político" para "criar uma rutura na liderança do partido e a substituição do presidente do CDS".

Na sua opinião, os críticos quiseram também, "através de um expediente estatutário", criar "esta clivagem do partido e desviar as atenções do essencial" para a sociedade, como o combate à pandemia.

"Se o ambiente público está intoxicado sempre com querelas, com informações que dão nota de que o CDS está dividido, e com fontes em 'off' dentro do próprio partido que querem desqualificar a liderança, é óbvio que não vamos conseguir singrar lá fora porque o partido não consegue arrumar a casa cá dentro", criticou.

Francisco Rodrigues dos Santos recusou ainda que o CDS esteja a morrer, porque "tem alma" e 47 anos de história, mas indicou que não ignora "o descontentamento que existe na sociedade" e defendeu que esse descontentamento é combatido que "soluções razoáveis", que sejam alternativa a "partidos radicais e extremistas" com soluções "tresloucadas e abjetas".

No que toca ao futuro de Portugal, o líder do CDS quer um país "competitivo do ponto de vista fiscal e económico", e defendeu medidas como baixar as tabelas de IRS e o IRC (para 19%), maior flexibilização laboral, a diminuição do "tamanho da administração pública", a limitação do mandato dos deputados e a defesa da vida.

Há duas semanas, o ex-vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes escreveu um artigo de opinião no qual defendeu a realização de um congresso eletivo antecipado. Em resposta a este desafio, o líder do CDS apresentou uma moção de confiança à sua Comissão Política Nacional, que foi aprovada pelo Conselho Nacional na madruga de domingo com 144 votos a favor (54,4%), 113 votos contra (42,6%) e oito abstenções (3%).

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