Incómodo no CDS com revelações do livro de Passos Coelho

O silêncio impera no partido liderado por Paulo Portas, mas Diogo Feio, a título pessoal, manifestou descontentamento.

"Era bom também que o livro dissesse de que forma o primeiro-ministro informou Paulo Portas sobre o nome da nova ministra das Finanças", disse Diogo Feio ao Económico, numa reação à biografia de Pedro Passos Coelho "Somos o que escolhemos ser", da autoria de uma assessora do grupo parlamentar social-democrata, Sofia Aureliano, que vai ser hoje lançada, em Lisboa.

O livro traz a público algumas revelações acerca dos últimos anos de governação, nomeadamente sobre a crise da coligação, no verão de 2013. Revela por exemplo que Paulo Portas anunciou por SMS ao primeiro-ministro que "tinha refletido muito e que se ia demitir". Paulo Portas não atendeu inicialmente as chamadas de Passos Coelho após a mensagem, e quando o primeiro-ministro conseguiu "finalmente" falar com ele terá perguntado se o CDS iria sair do governo. Paulo Portas terá respondido que a decisão era pessoal, relata o Expresso.

A biografia fala ainda de uma "antipatia natural" entre os ministros Paulo Portas e Vítor Gaspar e, sobre a demissão deste último, sendo atribuída ao primeiro-ministro a seguinte frase dirigida ao presidente do CDS-PP: "Ele não vai aceitar ficar e eu, no lugar dele, também não aceitaria".

Até agora, Diogo Feio foi o único no partido a comentar o livro e, de acordo com aquilo que fonte oficial do CDS disse ao Jornal de Negócios, fê-lo a título pessoal.

O presidente da república, que também tem direito a umas linhas nesta biografia, já respondeu a Passos Coelho, mesmo na Noruega, onde se encontra em visita oficial.

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