Horta Osório quer Portugal mais ambicioso no crescimento

Banqueiro português foi à Universidade de Verão do PSD dizer que Portugal já vive dentro das suas posses e que crescimento de 2% não chega.

O presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, disse esta noite que Portugal "já está a viver dentro das suas posses", mas que um crescimento de 2%, a previsão do governo para 2016, não chega.

No jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que arrancou hoje em Castelo de Vide, o banqueiro deixou um aviso:"Não podemos ser complacentes. Um crescimento de 2% é bom mas temos de ter a ambição de crescer mais". E como fazê-lo? "Continuando as reformas".

Há várias ideias de Horta Osório que batem com o programa da coligação, desde logo apontar como solução para a contração do mercado interno "exportar mais". Porém, o banqueiro também alertou que a austeridade não resolveu o problema da dívida. "Nos últimos oito anos, apesar da austeridade e das várias medidas para contrariar a recessão, a dívida aumentou de forma global". E referiu-se a Portugal como tendo ainda uma "economia altamente endividado":

O presidente do maior banco britânico e oitavo maior do mundo diz que Portugal tem de "baixar a fatura energética", reduzir a dívida de forma a libertar investimento para "baixar impostos e estimular a economia privada".

Numa análise muito técnica, o banqueiro lembrou que Portugal tem de aproveitar os "choques externos positivos", nomeadamente a "baixa das taxas de juro e a desvalorização do euro", impulsionadas pelo quantative easing, e a "quebra dos preços da energia, não só do petróleo, mas de matérias-primas".

Os powerpoints e as palavras de Horta Osório foram sendo seguidas com atenção pelos alunos da universidade de verão, que no final se levantaram para aplaudir uma curta intervenção. Amanhã é a vez de Maria Luís Albuquerque intervir, podendo corresponder ou não ao pedido de Horta Osório que clamou por mais ambição no crescimento.

Horta Osório fechou assim um dia que também foi de chegadas. Um centena de alunos chegaram hoje a Castelo de Vide para a Universidade de Verão do PSD.

O primeiro dia na universidade: Sá Carneiro e futuro ministro a Defesa

Maria Magalhães acaba de fazer o registo e mal teve tempo pôr a identificação à volta do pescoço. Pede um minuto para ligar aos pais antes de contar a sua história. Veio de Valongo e quando regressar quer levar na bagagem uma boa "formação política que possa passar aos outros". Chegou a Castelo de Vide para "aprender" e entre todos os oradores confessa estar "muito curiosa" para ouvir o ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Aos 24 anos, Maria já tem seis de "jota" e quando participou na Universidade da Europa e lhe disseram "que a Universidade de Verão ainda era melhor e ainda se aprendia mais, decidi vir". Estuda Direito e a sua grande referência política é Marcelo Rebelo de Sousa, que não vem este ano por ser potencial candidato presidencial. "É claro que gostava que estivesse cá, mas percebo a opção".

Também de longe, de Gondomar, veio João Diogo, 22 anos, que espera nos próximos dias "ganhar experiência política, travar conhecimentos e fazer amizades". A sua entrada na política está relacionada com o atual presidente do partido. "Há cinco anos, quando Passos Coelho se candidatou para o PSD, identifiquei-me com o discurso dele e hoje continua a ser a minha referência na política", conta ao DN.

João é membro da "jota" há alguns anos com um paragem pelo meio. "Fui militar dos 19 aos 20 anos e aí suspendi a militância", conta. Essa experiência no Exército está, aliás, ligada à sua ambição política. João espera um dia "ser ministro da Defesa para poder alterar as falhas e as lacunas que existem" nas Forças Armadas. Para já está a tirar o curso de Direito em Coimbra, onde acredita que a JSD podia fazer mais no combate partidário na cidade do conhecimento. Para o estudante "a JS controla tudo, o presidente da Associação Académica é da JS e a JSD podia fazer mais oposição".

Horas antes do presidente do Lloyds Bank falar na Universidade de Verão, João revelava ao DN ter grande expectativa para ouvir António Horta Osório, uma "referência". José Costa Pinto também partilha desta ânsia de ouvir o banqueiro.

José Costa Pinto é estudante de Engenharia Eletrotécnica em Lisboa mas é natural de Castelo de Vide, fazendo parte da estrutura da "jota" local. Há muito que esperava para participar naquele que considera "o expoente máximo da formação política em Portugal". Para José o grande objetivo é obter "mais-valias a nível política, profissional e também pessoal". Ao contrário de Maria e João, a grande referência de José é Francisco Sá Carneiro: "Sem que pode parecer um cliché, mas é a minha referência pela visão extraordinária que tinha para o país".

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