Costa disponível para dialogar com todos os partidos à exceção do Chega
Para "garantir uma boa solução de governação para o futuro", António Costa admite falar com todos os partidos à exceção do Chega.
O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou esta segunda-feira que, após as eleições legislativas de domingo, está disponível para dialogar com todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega, para garantir uma boa solução governativa para o futuro.
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Em entrevista à Rádio Renascença, António Costa referiu que a geringonça não é hoje a única solução e defendeu que, após conhecidos os resultados das legislativas de domingo, os partidos se reúnam para encontrar a melhor solução governativa.
"A seguir às eleições todos vamos ter que falar com todos", disse.
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Respondendo ao convite que Catarina Martins lhe endereçou no domingo para um encontro no dia seguinte às eleições, Costa esclareceu: "Nunca recusei qualquer conversa com o Bloco de Esquerda, só tenho mesmo pena que o BE tivesse impedido que as conversas sobre o Orçamento do Estado para 2022 tivessem continuado para além da generalidade e tivessem prosseguido na fase da especialidade".
E adiantou que nunca teve as portas fechadas ao Bloco de Esquerda, com quem negociou temas importantes, como a reforma do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ou a lei do clima.
"Vamos ter de falar com o Bloco e com todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega, com quem não há muito a falar". O objetivo é "garantir uma boa solução de governação para o futuro", disse.
Sobre um diálogo com o PCP, a pedido de João Oliveira, o secretário-geral do PS disse achar estranho que, na campanha eleitoral, venham fazer perguntas sobre a sua disponibilidade para o diálogo.
E assumiu-se como "o político português que mais dialogou" com os partidos da esquerda e derrubou o muro erguido em 1975.
"Respeitarei sempre a decisão dos portugueses e na noite de dia 30 saberei interpretar os resultados eleitorais" e "encontrar para o país a melhor solução de Governo", afirmou.
Em relação a um eventual entendimento com o PSD, António Costa disse que a grande escolha que está presente é a decisão entre as escolhas do PS ou do PSD.
"Numa democracia há sempre uma base de entendimento natural que é o país", referiu, acrescentando: "Respeitarei naturalmente a escolha que os portugueses fizerem e em virtude disso verei qual a melhor solução para assegurar uma maior estabilidade".
Nesta entrevista, o líder socialista anunciou que, caso os resultados eleitorais permitam ao PS formar Governo, e após a discussão do programa do Governo, estará em condições de apresentar um Orçamento do Estado para 2022, que poderá ser discutido em março e estar em vigor em abril.