Conselho de Estado "não vai resolver nada", diz Jardim
O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse hoje que vai ao Conselho de Estado com a "sensação de impotência", porque "não vai resolver nada".
Questionado pela Lusa se vai com desânimo para a reunião do Conselho de Estado na segunda-feira, cujo tema se escusou a comentar por ser "um critério do Presidente da República", Alberto João Jardim respondeu: "Não, vou com a sensação de impotência, não vai resolver nada".
No campo de golfe do Santo da Serra, no concelho de Machico, onde hoje termina o Open da Madeira, o chefe do executivo insular defendeu que o regime político que "trouxe Portugal ao abismo" precisa de levar uma "tacada".
"O regime político é que precisa de levar uma tacada", afirmou.
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"Este regime político trouxe Portugal ao abismo, que não é só financeiro e económico, é um abismo na justiça, é um abismo na educação, é um abismo nos valores e nos princípios e é um choque contra a civilização e a cultura portuguesa" acrescentou.
Dizendo não ser "nada desalentado", afiançou: "Se Deus me der vida e saúde eu estou aqui para as porradas que são necessárias".
O Presidente da República, Cavaco Silva, e os conselheiros de Estado reúnem-se na segunda-feira com o 'pós-troika' na agenda, num encontro que também deverá ter em cima da mesa o Conselho Europeu de junho.
"Considerei que era importante ouvir a reflexão dos conselheiros de Estado sobre matérias de relevância clara em Portugal, à medida que se aproxima o fim do programa de assistência financeira, mas também para obter indicações para a posição portuguesa a ser defendida pelo Governo português no Conselho Europeu do mês de junho", explicou Cavaco Silva na terça-feira, um dia depois de ter anunciado publicamente a convocatória da reunião do seu órgão político de consulta.
Contudo, e apesar de competir ao Presidente escolher o tema em relação ao qual quer escutar a opinião dos seus conselheiros, outros assuntos poderão também vir a ser abordados, nomeadamente a situação política ou as mais recentes medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, nomeadamente a chamada "TSU dos pensionistas", aprovada no dia anterior à convocação do Conselho de Estado.