CDS diz que chumbo poderia expulsar Portugal do euro
O CDS explicou o seu voto no OE 2013 - a favor mas contrariado - com um discurso de 'ou a aprovação ou o caos'. "A instabilidade orçamental levaria inexoravelmente ao fim do financiamento, à impossibilidade de pagar sálarios e, no limite, à saída do euro", disse o deputado Telmo Correia, que representou a bancada centrista no debate parlamentar de encerramento do OE 2013.
Segundo acrescentou, "a casa de habitação ou as pequenas poupanças de milhões passariam a valer menos de metade." E "é por isso e não por outra qualquer razão de ordem política ou táctica, que a nossa consciência e o nosso sentido de responsabilidade determinam a aprovação do Orçamento".
"Não podíamos em cima de uma crise económica, financeira e social ter uma crise orçamental e política", disse. Admitindo que o OE 2013 "é questionável", acrescentou que "é inquestionável que seria pior não termos orçamento".
Telmo Correia reconheceu que este é apenas "o Orçamento possível". E sublinhou uma das conquistas da maioria PSD/CDS no Parlamento para fazer a diferença entre a versão original da proposta do OE 2013 apresentada pelo Governo e a proposta final: a diminuição de 4% para 3,5% da sobretaxa no IRS. "Meio ponto é mais do que nada, ainda que menos do que deveria ser."
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Também assinalou que o CDS estará atento à execução orçamental: "Não ignoramos os riscos e as incertezas que pendem sobre este orçamento e sobre a sua execução." Porque, "para além dos factores internos", "basta olhar para incerteza que continua a pender sobre a situação grega" e para "a realidade espanhola".
O deputado centrista apostou, por outro lado, num discurso de oposição à oposição. Oposição à oposição partidária na AR: "Cabia aos partidos apresentarem propostas de redução da despesa. Da parte da oposição, onde estão estão essas propostas? Nada, não apareceram, zero." Mas oposição, ainda, à decisão do Tribunal Constitucional que chumbou a continuidade em 2013 dos cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas : "Desiquilibrou indiscutivelmente o orçamento forçando a uma solução de 80% de receita para 20% de corte na despesa."