Cavaco diz que salários baixos não resolvem problemas
O Presidente da República afirmou hoje que "não é pela via" dos salários baixos que se resolvem os problemas da economia portuguesa apontando o "investimento privado" e a "aposta" na capacidade de "produzir com qualidade" como solução.
Em Lousado, para a inauguração das novas instalações da marca alemã Leica, Cavaco Silva disse ainda "esperar" que as anunciadas rescisões na Função Publica sejam "voluntárias" e que os trabalhadores afetados sejam "devidamente indemnizados".
O chefe de Estado, que esteve acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, classificou ainda como "dramáticos" os números avançados para o desemprego em 2013 e que a "alavanca" para solucionar o problema está no turismo, as exportações e uma "queda menos drástica" do consumo.
"Já tenho expressado de forma muito clara que não é pela via dos salários baixos que nós resolveremos o futuro os problemas da economia portuguesa", disse, explicando que "existem sempre outros países, mesmo na União Europeia, que têm salários muito mais baixos" do que os portugueses.
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Por isso, repetiu, "a solução dos problemas do nosso país não está nos salários baixos mas sim numa aposta na inovação, na criatividade, na penetração de novos mercados, na criação de marcas, no apoio aos clientes e na qualidade".
No entanto, alertou, esta é uma questão que, segundo Cavaco Silva, devem ser os parceiros sociais a "considerar" e, adiantou, "de acordo com as informações que têm chegado há um diálogo, neste momento, entre as confederações sindicais e as confederações patronais".
Questionado sobre o anúncio do Governo em levar a cabo rescisões com trabalhadores da Função Publica, o presidente da República disse "esperar" que estes acordos sejam "voluntários" e que os trabalhadores sejam "devidamente" indemnizados.
"É importantíssimo que seja uma negociação amigável, rescisão voluntária, com as devidas compensações", salientou.
Já sobre os números das previsões para o desemprego no final de 2013, "perto de um milhão de desempregados", Cavaco Silva classificou este número como "terrível" e "dramático" alertando que a "prioridade" deve agora ser o "forte crescimento económico e a criação de emprego".
Para isso, Cavaco apontou soluções.
"Para resolver isso só temos as seguintes alavancas: investimento, turismo, exportações, queda menos drástica do consumo", enumerou.
O Presidente comentou ainda a manifestação que o esperava no incio da visita à Leica, com os protestantes a exigirem a demissão "imediata" do Governo.
"Vivemos numa democracia e respeitamos todas as regras da democracia.