BES não é "um caso isolado", diz Jerónimo

O secretário-geral do PCP disse esta terça-feira que a situação do BES não é um "caso isolado", antes uma "falha do sistema", sendo preciso apurar toda a verdade, nomeadamente com uma comissão de inquérito parlamentar.

"Isto não é um caso isolado, em que o mais fácil é fulanizar, centrar culpas e responsabilidades numa pessoa ou numa família. É um processo de um sistema, onde a regulação e a supervisão falharam porque tinham de falhar, resultante do próprio sistema", declarou Jerónimo de Sousa, citando inclusive um provérbio, referindo, sobre as notícias recentes envolvendo a banca portuguesa e auditorias às entidades, que "cada cavadela, cada minhoca".

"É preciso que essa verdade toda seja conhecida. E uma comissão de inquérito tem esse mérito, independentemente, depois, de as conclusões poderem refletir as relações de forças em cada comissão", frisou o secretário-geral do PCP.

O país, prosseguiu, "ganha" com a constituição da comissão, mais a mais tendo em conta que o processo envolvendo o BES "está longe de ser conhecido em toda a sua dimensão".

A 02 de agosto, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira anunciou que o seu partido iria propor a criação de uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades sobre a situação do BES.

Pelo BE, o coordenador João Semedo disse que apoiaria a iniciativa, enquanto pelos socialistas, o secretário-geral, António José Seguro, desafiou este fim-de-semana a maioria a viabilizar a comissão de inquérito ao caso BES.

O líder comunista falava à agência Lusa esta manhã no final de uma visita às Oficinas Gerais dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada, onde conheceu as instalações e contactou com os trabalhadores.

"Este serviço público [da água] colide com as orientações e as perspetivas deste Governo, que em primeiro lugar quer privatizar a água, e, em segundo lugar, ataca o poder local e os próprios trabalhadores", declarou.

Durante a visita, Jerónimo de Sousa considerou também a água como um bem essencial que deve ser mantida na esfera pública, sem ser privatizada, porque "é possível servir as populações com qualidade" nesta matéria, lançando farpas ao Governo por ter uma política que "colide" com a de serviço público no que à água diz respeito.

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