"Atacar o monstro é ir ao bolso e à dignidade das pessoas"
O líder do Bloco de Esquerda afirmou este sábado em Olhão que quando a direita fala em atacar o monstro, "quer ir às pessoas, ao bolso das pessoas e sobretudo à dignidade das pessoas".
Louçã evocava uma declaração de Passos Coelho, que na sexta-feira citou uma antiga frase do actual Presidente da República, Cavaco Silva, para garantir que a prioridade do Governo é "atacar o monstro" da despesa pública.
"Passos Coelho disse que até podia fazer as pazes na sua bulha com o Presidente da República se ele se lembrasse que o importante é atacar o monstro que é o Estado", disse Louçã, que falava num jantar-comício em Pechão, concelho de Olhão, perante algumas dezenas de simpatizantes e militantes bloquistas.
Contudo, disse, "quando falam de monstro, o monstro não é a fortuna que em rios de dinheiro se perde porque alguns têm tanto dinheiro que não pagam. O monstro são os salários dos professores, os salários que pagam a dedicação dos trabalhadores da saúde. Essas, dizem eles, são despesas".
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Louçã sustentou que, ao contrário, "não há nenhum monstro no serviço público, há monstro na ineficácia, na demagogia, na facilidade".
Contrapôs que "a educação, o sistema de saúde e a segurança social são recursos de todos para servir para todos".
"Eu bem sei qual a ideologia dessa mentira. É um sonho, é um pesadelo, eles vão apalpando o terreno para transformar o País numa espécie de arca de Noé. Vem aí o dilúvio da depressão, do desemprego e da precariedade e na arca não cabem todos, cabem só alguns", disse Francisco Louçã no seu improviso de 12 minutos.
O coordenador do Bloco de Esquerda apelou à participação na greve geral marcada para 24 de Novembro, revelando que se reunirá na segunda-feira com os dirigentes da CGTP-Intersindical para abordar o assunto.
"Se não fizermos nada, o subsídio de férias e o subsídio de Natal serão roubados no próximo ano e já estão a dizer que querem generalizar esta política de assalto à vida das pessoas nos anos seguintes", disse.