Assis apela para que não haja disputa pela liderança antes das eleições

O deputado socialista Francisco Assis apelou hoje para que não haja qualquer disputa pela liderança do PS antes das eleições autárquicas, alegando que a unidade do seu partido é fundamental nos próximos meses.

Francisco Assis falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de questionado se defende que o próximo congresso do PS se realize antes ou depois das eleições autárquicas, que estão previstas para outubro.

"Se entendo que este momento, a poucos meses de eleições autárquicas, é a altura indicada para o PS travar uma disputa pela liderança, a minha resposta é claramente não. Acho que o PS tem de preservar a sua unidade nesta fase", sustentou o ex-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Francisco Assis salientou depois que, "por todo o país, há milhares de pessoas que se prepararam para protagonizar candidaturas autárquicas a câmaras, assembleias e juntas de freguesia em listas do PS e que em muitas circunstâncias vão travar combates duros e exigentes - uma situação que é incompatível com um clima de tensão no interior do PS".

"Faço um apelo para que haja uma noção das prioridades, porque as prioridades são os combates externos. Há que haver aqui algum esforço de contenção e estou convencido que muito do que se está a passar é epidérmico", disse, numa alusão à polémica interna sobre a data do próximo congresso.

Francisco Assis declarou em seguida estar convencido que, antes das eleições autárquicas, "não haverá qualquer disputa interna".

"Colocar a questão da liderança daqui até às autárquicas, francamente, acho isso muito mau. Se houver um congresso para se reafirmar as condições do PS, até do ponto de vista das eleições autárquicas, nisso concordo com [o presidente da Câmara de Lisboa] António Costa, porque é uma competência do secretário-geral [António José Seguro]", advogou o ex-líder parlamentar do PS, que, tal como há dois anos, se mostrou indisponível para se recandidatar ao cargo de secretário-geral no próximo congresso do PS.

Ou seja, para Assis, neste momento, "a questão menor é saber se há ou não congresso antes das eleições autárquicas".

"A questão maior é preservar a unidade do PS nestes meses, que são da maior importância na vida política portuguesa", acrescentou.

O deputado socialista afirmou desconhecer a existência de qualquer candidato alternativo à liderança do PS e advertiu que haveria uma "grande surpresa" se António Costa decidisse não se recandidatar à Câmara de Lisboa.

"Não ouvi ninguém dizer que ia ser candidato [alternativo a António José Seguro) à liderança do PS. Nos últimos dias alguém manifestou a mais ligeira vontade de se candidatar? Acho que há aqui muitas coisas que resultam justamente de nos comentarmos excessivamente uns aos outros", respondeu, depois de questionado sobre a atual situação interna dos socialistas.

Interrogado se acredita que António Costa vai ser candidato a secretário-geral do PS no próximo congresso, Francisco Assis deu a seguinte resposta: "António Costa é uma figura de referência da vida política portuguesa e do PS, e ele próprio vai certamente - seria uma grande surpresa se não o fosse - travar uma das mais importantes disputas autárquicas do PS, precisamente a presidência da Câmara de Lisboa".

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