Política
21 janeiro 2022 às 00h33

PS garante: Orçamento de Lisboa "está viabilizado", quando o "erro for corrigido"

Vereador João Paulo Saraiva declarou que o Partido Socialista não poderia votar um documento que "apresentava um erro de 40 milhões de euros", mas que o seu partido iria manter o compromisso de viabilizar orçamento municipal.

DN

O PS em Lisboa vai viabilizar o orçamento da autarquia, abstendo-se na votação -- quando esta acontecer. O compromisso foi dado no início da madrugada desta sexta-feira pelo vereador socialista João Paulo Saraiva, em declarações à SIC Notícias.

Este responsável respondia às declarações do presidente da câmara alfacinha, no mesmo canal, que acusara o PS de "jogo político" por ter adiado a votação do orçamento municipal, marcada para esta quinta-feira, por alegadamente ter sido detetado um erro técnico num mapa, relativo a uma alínea da habitação.

"Os trabalhadores da Câmara Municipal trabalharam dia e noite para termos um orçamento e são os mesmos trabalhadores do que quando o PS tinha a Câmara Municipal. O PS teve uma má vontade incrível. Não posso confiar, não tenho essa confiança", afirmou Moedas.

João Paulo Saraiva veio depois defender a posição socialista: "Há um erro de 40 milhões de euros que tem de ser corrigido. Nâo estamos a falar de um pequeno erro. Estamos a falar de um erro que vai fazer alterar dezenas de páginas daquele documento", garantiu.

Algo que, no entanto, não põe em causa a futura aprovação do orçamento municipal: "Este orçamento está viabilizado".

"Se amanhã mesmo o sr. presidente tiver essa alteração feita, retomaremos a reunião e teremos o orçamento viabilizado", disse o vereador.

A governar a cidade sem maioria absoluta, o executivo presidido por Carlos Moedas (PSD), com sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), deverá conseguir a viabilização da proposta de orçamento, uma vez que os cinco vereadores do PS já anunciaram que se vão abster.

"Consideramos que um primeiro orçamento de uma autarquia deve ser viabizliado. Não podem é querer que viabilizemos um orçamento que tenha um orçamento de 40 milhões de euros", disse ainda João Paulo Saraiva à SIC Notícias.

Os vereadores do PCP, Bloco de Esquerda, Livre e a vereadora independente Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre) já anteciparam o sentido de voto, que é contra a proposta de orçamento.

Este é o primeiro orçamento municipal do mandato 2021-2025, sob a presidência do social-democrata Carlos Moedas, em que a proposta apresentada prevê uma despesa de 1,16 mil milhões de euros para este ano.

No atual mandato (2021-2025), o executivo é composto por sete eleitos pela coligação "Novos Tempos" (três do PSD, dois do CDS-PP e duas independentes), que são os únicos com pelouros atribuídos, sete pela coligação "Mais Lisboa" (cinco do PS, um do Livre e uma independente), dois da coligação PCP/PEV (ambos do PCP) e uma do BE.