Política
18 maio 2021 às 15h54

Graça Fonseca e a "raspadinha" do património. "Vamos avaliar e a seu tempo falaremos"

Graça Fonseca diz que "não há nada de extraordinário" na utilização da "raspadinha" como fonte de financiamento da recuperação do património cultural.

A ministra da Cultura prefere não comentar as críticas à "raspadinha" do património. Graça Fonseca afirma que "não há nada de extraordinário" sobre um modelo de financiamento do património cultural, que já é utilizado "noutros países europeus".

"França tem lotaria do património, [e] há diversos países que têm", afirma a ministra, falando de "países que acreditam na capacidade dos cidadão para tomar decisões".

Sobre as críticas do Conselho Económico e Social, que considera um "erro", e uma "injustiça social", a utilização do jogo para financiar a recuperação do património, a ministra é evasiva, respondendo que "não tem nada a comentar", já que entende que "não há nada de extraordinário", na medida.

Graça Fonseca admite que a "raspadinha" do património pode ser alargada a toda europa, e o assunto já está em debate em Bruxelas. "Aliás, hoje, na reunião do Conselho, foi mesmo, por diferentes Estados-Membros, sugerida a criação de uma lotaria europeia, para o património".

"O debate tem de ser feito e está a ser feito. E, hoje foi um debate importante no Conselho, sobre financiamento do património cultural, diversificação de fontes e mecanismos de financiamento", afirmou Graça Fonseca, sobre um tema que em Bruxelas é encarado com "um sentimento de urgência".

A ministra afirma que o governo está a recolher dados sobre a iniciativa."Portugal vai fazer aquilo que outros países já fizeram: vamos avaliar e a seu tempo falaremos".

"Partilho o sentimento de urgência expresso nas conclusões do Conselho sobre retoma de uma resiliência e a durabilidade do sector cultural e criativo, para reconstruir e retirar lições dos desafios colocados pela covid-19", afirmou a comissária europeia com a pasta da Cultura, Mariya Gabriel, dizendo que "encoraja os Estados-Membros a aproveitarem os planos nacionais de retoma, para incluirem investimentos culturais".

Mas, a comissária apontou também como um "ponto essencial" para o sector cultural, "o acesso ao financiamento", em particular por estar "marcado pela incerteza", prometendo para "setembro" ter preparado um site europeu "que apresentará as possibilidades de financiamento da União Europeia para o sector cultural e criativo".