Está há dois meses no governo e criou uma task force do mar, com oito grupos de trabalho, que este mês ficou de apresentar um documento. O que é que espera daí?
A expectativa é muito grande, foi logo uma das primeiras iniciativas que tomei, foi sentar à mesa os principais players que temos no país na área do mar, incluindo a Marinha que está a fazer o mapeamento do solo marítimo. O senhor Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o almirante Silva Ribeiro, é um entusiasta da ideia da Universidade do Atlântico. É preciso pôr o conhecimento no centro de transformação da economia do mar. Depois, a Fundação Oceano Azul, o Fórum dos Oceanos, empresas ligadas ao setor. Queremos construir no país o greenshipping em Sines, desenvolver os portos, digitalizar, modernizar e inseri-los na rede internacional. Esse é um dos polos fundamentais da atividade. O segundo, é dar muita atenção às questões financeiras, porque uma das razões pelas quais os projetos da economia do mar avançam aos solavancos, é que não conseguimos combinar o que as nossas empresas fazem - incluindo as start-ups de excelente qualidade que temos -, com o setor financeiro.
A Conferência dos Oceanos vai providenciar esses fóruns e essa interação e, portanto, queria ver se conseguíamos transformar Lisboa numa espécie de praça financeira para a economia do mar. Há muitos fundos internacionais com montantes impressionantes, precisam é de bons projetos.
Depois, temos o setor das energias oceânicas e das energias renováveis. Temos na eólica offshore um potencial imenso e a nossa eólica offshore tem potência suficiente que pode ser importante para se transformar na grande plataforma de apoio ao hidrogénio verde.
Temos os projetos em terra que são muito importantes para o hidrogénio verde, mas o mar vai ser o futuro, com a eólica offshore e a eletrólise da água, diretamente da água do mar. Precisamos de grandes quantidades de hidrogénio para substituir tudo o que se passa na matriz energética atual, que é dominada pelos combustíveis fósseis. Temos também a outra fileira das biotecnologias marinhas, já temos instituições em Portugal que trabalham nesta área, grandes players como a Fundação Oceano Azul e o Fórum dos Oceanos.