Administrador demissionário da Empordef ouvido na AR
A Comissão Parlamentar de Defesa aprovou hoje por unanimidade os requerimentos do PCP e do PS para ouvir respetivamente o administrador demissionário da Empordef Luís Miguel Novais e o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.
As audições suscitadas pelos comunistas, que também incluem os presidentes dos conselhos de administração da Empordef e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, deverão realizar-se dia 14 ou dia 20 deste mês.
Já a proposta socialista para ouvir o ministro da Defesa sobre a situação dos Estaleiros de Viana do Castelo e do arsenal do Alfeite concretizar-se-á a 21 deste mês - dia em que José Pedro Aguiar-Branco estará obrigatoriamente no Parlamento, na sequência de um agendamento potestativo do PCP para ouvir este membro do Governo sobre a situação das Forças Armadas.
Apesar de ter havido unanimidade nas votações dos requerimentos, registou-se uma intensa discussão (sobretudo entre deputados socialistas e comunistas) em torno da data e da fórmula regimental que deveria definir a vinda do ministro da Defesa à comissão parlamentar.
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O PCP (por intermédio dos deputados Jorge Machado e António Filipe) mostrou-se disponível para alargar o âmbito do seu agendamento potestativo às matérias requeridas pelo PS, o que, a ser aceite, tornava desnecessária a votação do requerimento dos socialistas.
No entanto, os socialistas, pela voz dos deputados Marcos Perestrello e José Lello, recusaram a "disponibilidade" manifestada pelo PCP para alargar o âmbito do seu agendamento potestativo e exigiram uma votação e um agendamento em separado da sua iniciativa legislativa.
Assim, no próximo dia 21, o ministro da Defesa responde primeiro ao agendamento potestativo do PCP sobre a situação das Forças Armadas; depois, responde às questões suscitadas pelo PS sobre a situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e do arsenal do Alfeite.
A reunião da Comissão Parlamentar de Defesa também registou algumas picardias de ordem política, principalmente depois de o deputado do CDS João Rebelo ter acusado o PS de dar "muitas voltas" em matérias de defesa nacional.
Perante os requerimentos do PCP e do PS, João Rebelo usou o humor para dizer que socialistas e comunistas estavam numa corrida para ver quem agendava primeiro.
"Lamento, mas o PCP foi mas rápido e o PS surge e reboque do PCP", concluiu o deputado democrata-cristão, num momento em que se dirigia à bancada socialista.
Esta ironia levou o socialista José Lello a reagir, considerando que "o CDS é o ventríloquo do PSD", e Marcos Perestrello a responsabilizar o ministro da Defesa Nacional "pela introdução de um clima de agitação nas Forças Armadas".
Pela parte do PSD, Hélder Sousa e Silva lamentou que os requerimentos de socialistas e comunistas surjam "a reboque de notícias contraditórias" da comunicação social.