Luís Montenegro esteve no Chão da Lagoa ao lado de Hugo Soares e de Miguel Albuquerque.
Luís Montenegro esteve no Chão da Lagoa ao lado de Hugo Soares e de Miguel Albuquerque.FOTO: HOMEM DE GOUVEIA / LUSA

Montenegro responde a Carneiro: "Não estamos no Governo para nos distrairmos com o que os outros dizem"

Líder do PS acusou Executivo de ser responsável por eventuais "incidentes de ódio" contra imigrantes. Segundo Luís Montenegro, isto mostra que os socialistas "não estão preparados" para ser Governo.
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Foi uma intervenção com vários recados para a oposição, sobretudo para o PS, aquela que Luís Montenegro fez este domingo, 20 de julho, na festa do Chão da Lagoa, na Madeira. No tradicional encontro social-democrata no arquipélago, o líder do PSD respondeu a José Luís Carneiro, que acusou, num artigo de opinião no jornal Público, o Governo de ser responsável por eventuais "incidentes de ódio" que possam acontecer devido às mexidas na imigração.

Segundo Luís Montenegro, olhar "para a política de regulação e dignificação da imigração" e ver "ódio" representa uma coisa: "Mostram que não estão preparados para responsabilidade que é ser Governo." Com isto, deixou uma garantia: "Não estamos no Governo para nos distrairmos com o que os outros dizem, com as perturbações ou os fantasmas que andam tentar descobrir. Nós não estamos no Governo para descobrir papões, mas sim para criar soluções para os problemas das pessoas."

Até agora, disse o também primeiro-ministro, o Executivo que lidera mostrou que "não esquece os reformados, e sobretudo os pensionistas com pensões mais baixas". "Numa semana em que anunciamos um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas, a oposição vem criticar o Governo. Esta medida não é eleitoralista, mas sim ajudar os que têm mais dificuldades. A intenção é de aproveitarmos o facto de termos um país que cria mais riqueza e querermos redistribuí-la de forma mais justa. Continuem a confiar neste projeto, porque a melhor maneira de combater a pobreza é criar riqueza, tendo uma economia mais pujante."

Luís Montenegro reconheceu, no entanto, que "falta fazer muito", uma vez que há ainda "muita gente a passar dificuldades". "É preciso dar condições para progredir" e, por exemplo, "dar melhores salários" ou criar condições para que "os casais mais jovens possam ter os filhos com uma vaga na creche".

Falando depois especificamente sobre a Madeira e o Porto Santo, o líder social-democrata reiterou o seu apoio à estrutura regional, de quem tem "muito orgulho". Descrevendo o Chão da Lagoa como "uma festa popular, do povo, de alegria, de amizade, onde se celebra a Portugalidade", Luís Montenegro comprometeu-se a trabalhar com "espírito de entreajuda", dizendo estar "empenhado" para criar uma "lei das finanças regionais que dê mais previsibilidade". Além disso, "com o espírito de colaboração", o Governo continuará a "salvaguardar o financiamento para o Hospital Universitário do Funchal".

"Mário Centeno reúne todos os requisitos" para ser governador do Banco de Portugal

Horas antes do discurso que fez no Chão da Lagoa, o líder do PSD admitiu pela, primeira vez, manter Mário Centeno como governador do Banco de Portugal (BdP). Ainda que não tenha desfeito o tabu à volta da escolha do Governo - que será anunciada na próxima quinta-feira, dia 24 de julho -, Luís Montenegro disse no entanto que o antigo ministro das Finanças (cujo mandato no BdP já terminou formalmente) "reúne todos os requisitos" para continuar a ser o governador.

"A decisão do Governo pode ser a de manter o atual governador ou substituí-lo. Para que não haja a mínima dúvida: o dr. Mário Centeno reúne todos os requisitos para ser governador do Banco de Portugal. Isso não está em causa."

Uma hora antes, Luís Montenegro anunciava que o Executivo divulgará o nome na quinta-feira e definiu já o perfil para a escolha, ainda que de forma algo vaga: "O perfil não muda com o tempo. É alguém que terá de ser competente. Tomaremos a decisão na quinta-feira e anunciá-la-emos ao país."

Caso o governador seja novo, o nome terá de ser aprovado pela Assembleia da República, que ouve o candidato ao cargo. No entanto, as comissões parlamentares só funcionam até à próxima sexta-feira, dia 25 de julho. Ou seja: se houver um novo governador do Banco de Portugal, poderá só iniciar funções após setembro, no regresso das férias parlamentares.

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