Saúde. PSD diz que não há "linhas vermelhas" para entendimento com PS

Sem consenso alargado o Presidente da República veta a Lei de Bases da Saúde. PS e PSD olharam para a exigência, fazendo passar a bola de um lado para o outro. Os socialistas dizem que o recado é para os sociais-democratas se aproximarem da proposta do governo, os sociais-democratas dizem que é um antídoto contra a "arrogância do governo" para que acolha outros contributos. Mas será que o consenso vai ser possível?

"Esperemos que o PSD ouça esta mensagem e seja pró-ativo na defesa do Serviço Nacional de Saúde", disse na TSF a deputada socialista Jamila Madeira, salientando que esta é uma oportunidade o partido liderado por Rui Rio vir a jogo e mostrar que está ao lado do SNS e que quer cumprir "as regras que existem".

A resposta do PSD foi dura, mas sempre no sentido de estar disponível para encontrar um ponto de entendimento com o PS, desde que não se vergue as exigências da esquerda, sobretudo do PCP, que quer o fim das parcerias público-privadas na Saúde.

"Esperemos que o PSD ouça esta mensagem e seja pró-ativo na defesa do Serviço Nacional de Saúde"

O coordenador social-democrata para a Saúde, Adão Silva garante que pelo PSD não "há linhas vermelhas" para um entendimento com os outros partidos em sede de comissão parlamentar, onde estão os vários projetos de lei e a proposta do governo para uma nova Lei de Bases da Saúde. "Queremos é uma Lei duradoura, moderna e que responda às necessidades dos portugueses. Estamos neste debate com uma lógica construtiva", garante ao DN o também vice-presidente da bancada do PSD.

Adão Silva pede que não haja "preconceitos" no debate, e os que existem são os da "esquerda radical". Não é, no entanto, meigo com o primeiro-ministro a quem acusa de ter uma "lógica hipócrita e de geometria variável" ao dizer umas vezes que quer um debate alargado e outras que excluiu algumas forças.

"O dr. António Costa está a ter um comportamento pré-eleitoral, procurando criar coesão dentro dos partidos que o apoiaram", diz o deputado. E assegura que "as proclamações arrogantes de António Costa visam esconder a situação desastrosa e desastrada do SNS", feita de enormes listas de espera, de uma relação negativa dos cidadãos com os serviços, dos profissionais que se sentem maltratados, entre outras coisas. "O primeiro-ministro tenta disfarçar a situação muito pantanosa do SNS fazendo guerrilha entre os que valem e os que não valem neste debate, quando o SNS interessa a todos os cidadãos".

"as proclamações arrogantes de António Costa visam esconder a situação desastrosa e desastrada do SNS"

O vice-presidente da bancada social-democrata insiste que se houver boa vontade do governo e do PS o consenso poderá ser atingido, até porque em comissão serão ouvidas as entidades do setor, entre as quais as ordens dos médicos e dos enfermeiros, e personalidades destacadas da Saúde como a antiga ministra Maria de Belém, que poderão dar um "contributo técnico" importante para a construção da lei.

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