Fortes e fracos

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As instituições fortes permanecem, apenas, até ao dia em que se tornam fracas. Mas sim, é verdade, enquanto são fortes permanecem, só desaparecem quando são fracas. Estava, portanto, coberto de razão o Presidente da República quando ontem comentou, de forma lacónica, as demissões na Caixa Geral de Depósitos.

É verdade, "as pessoas mudam e as instituições fortes permanecem", mas também sabemos que sem pessoas competentes e profissionais não "há o plano, o projeto que vai ser executado", a que se refere Marcelo Rebelo de Sousa, procurando, uma vez mais, transmitir serenidade num dossiê que é um desastre político e que se pode transformar num desastre financeiro.

Vamos ver se nos entendemos sobre uma coisa. O que não tem solução solucionado está, mas o que não pode continuar a faltar é a verdade toda. Qualquer especialista no sistema financeiro nos saberá dizer que esta trapalhada poderá ter uma tradução em milhões de euros. Vale-nos o facto de haver uma estratégia para o curto e o médio prazo já aprovada. Quem vier a seguir só terá de seguir o caminho definido pela equipa de António Domingues com o acionista Estado.

Sobre fortes e fracos, convém agora voltar a olhar para Bruxelas e para Frankfurt, onde desconfio que há uns senhores e umas senhoras a olhar para nós como sendo fracos de juízo. Se, no plano interno, "as pessoas que mudam" criaram um "projeto que vai ser executado", convém escolher muito bem as que chegam, porque, no plano externo, já vimos que a Direção-Geral da Concorrência e o BCE não nos vão facilitar a vida.

O pior que nos podia acontecer acabou mesmo por acontecer. Parecia possível ter uma administração na CGD livre dos partidos, mas os partidos juntaram-se todos para fazer uma barreira e, aos olhos do povo, a administração passou a ser culpada. A história julgará uns e outros.

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